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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009
27 de Agosto é dia de Santa Mônica - Por: Socorro Moreira
Santa Mônica nasceu em Tagaste, África, por volta do ano 331. Foi a mãe do célebre doutor da Igreja, Santo Agostinho. Jovem, ainda, ela casou com Patrício e teve filhos, um dos quais foi Agostinho de Hipona, convertido ao cristianismo, graças às suas orações e lágrimas.
Foi uma mulher de intensa oração e de virtudes comprovadas. Em seu livro, Confissões, Santo Agostinho fala de sua mãe com grande estima e veneração: Superou infidelidades conjugais, sem jamais hostilizar, demonstrar ressentimento contra o marido, por isso. Esperava que tua misericórdia descesse sobre ele, para que tivesse fé em ti e se tornasse casto.
Embora de coração afetuoso, ele se encolerizava facilmente. Minha mãe havia aprendido a não o contrariar com atos ou palavras, quando o via irado. Depois que ele se refazia e acalmava, ela procurava o momento oportuno para mostrar-lhe como se tinha irritado sem refletir ...
Sempre que havia discórdia entre pessoas, ela procurava, quando possível, mostrar-se conciliadora, a ponto de nada referir de uma à outra, senão o que podia levá-las a se reconciliarem ...
Educara os filhos, gerando-os de novo tantas vezes quantas os visse afastarem-se de ti. Enfim, ainda antes de adormecer para sempre no Senhor, quando já vivíamos em comunidades depois de ter recebido a graça do batismo (...), ela cuidou de todos, como se nos tivesse gerado a todos, servindo a todos nós, como se fosse filha de cada um (Confissões, Ed. Paulinas, p. 234).
* Embora nascida e criada Católica Apóstolica Romana , há muitos anos deixei de ser praticante.Não perdi o respeito por nenhuma religião.Não escolhi uma segunda religião.
A minha mãe , espelhada em Sta. Mônica, aspira a minha conversão. Eu respondo sempre : eu sou convertida ! Ela, compreensivamente muda de assunto, e não insiste. Ela também respeita os livres pensadores .
Tenho algumas devoções : almas e santos. Uma delas é Santa Mônica . Descobri ainda pequena que ela existiu , e de quem foi mãe, com aqueles almanaques que existiam ( ... do pensamento ) e marcavam as fases da lua, o dia do Santo. Fui em cima : 27 de Agosto - Santa Mônica. Corri e cobrei da minha mãe : por que nasci no dia de Santa Mônica e a senhora não batizou-me com esse nome ? Um nome tão bonito ! Socorro ? Por que Socorro ? Socorro é nome de gente ? Tadinha da Dona Valda ... Olhou-me paciente , e disse: seu nome é Maria do Socorro, em homenagem à Nossa Sra. do Perpétuo do Socorro. Foi pior, muito pior ...
Admiti que Maria era um nome simples, comum e doce,mas todo mundo já me chamava por Socorro. Com o tempo cresci e percebi, que havia superado esse desconforto de não gostar do meu próprio nome . Hoje, Deus me livre que o meu nome não fosse Maria, e que não tivesse Socorro Moreira pelo meio.
Em resumo : todo dia 27 de Agosto, eu penso que meu nome é Mônica. Tenho uma crise saudável de identidade , e peço que esta Santa cuide dos meus pensamentos , e seja um pouco mãe dos meus rebentos , porque às vezes não dou conta de ser mãe sozinha.
Socorro Moreira
Dedico esse texto ao amigo Armando Rafael , pelo seu testemunho cristão.
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