“Queime depois de ler (Burn after reading)” é título de filme dos irmãos Coen, Ethan e Joel. O filme virou campeão de bilheteria nos EUA e Canadá nas três primeiras semanas de exibição. Foi apresentado no festival de Veneza e já saiu em DVD nas locadoras brasileiras.
Como alguns filmes dos últimos anos, ele traça um perfil do EUA moderno, decadente, perdendo o rumo da sua liderança como modelo para a civilização. Igual a “Crash – no Limite”, em que o cruzamento de várias histórias evidenciam um painel do estágio atual da sociedade: consumista, atrelada a um poder fútil, dependente de planos de saúde, guardando tensões étnicas no seu interior, violenta e dramática.
Aliás, o diretor Mexicano Alejandro González Iñárritu usa muito bem esta narrativa em que as vidas das pessoas vão se cruzando num enorme painel que ultrapassa países, cidades, classes sociais, gêneros e idade. É o caso de seu filme Babel, quando um rifle de um Japonês que caça na África e ao presentear para um morador local, abre a possibilidade de incidente internacional.
O “queime depois de ler” parte da constatação que a obsolescência da “inteligência” americana herdada da guerra fria é a própria matriz para compreender a decadência do país. Pois a partir de um caso sem nenhuma importância (mas os personagens se acham da maior importância) real para o país e o mundo, abre-se toda a futilidade da vida americana. Forma-se um triângulo entre um amante inconseqüente, funcionários de uma academia de ginástica e o casal composto pelo homem de segurança demitido (que acha que ganhará a vida escrevendo livros de memória ou com consultorias) e uma médica arrogante.
O drama da história é muito mais que aquelas coincidências da tragédia grega, que existia como componente da ordem olímpica. Aqui a coincidência é a banalidade, aliás nem coincidência pois se acha muito mais como uma indução do banal (o desejo de uma cirurgia plástica que faça o upgrade do personagem) para aquela violência típica dos irmãos Coen.
Os brasileiros de minha idade que pensaram numa cultura nacional devem sentir um estranhamento angustiante neste filme. Todos os padrões de futilidade e superficialidade se encontram no Brasil contemporâneo. É como se dissessem: escritores, músicos, poetas e seresteiros preparem seus cânticos. Vocês serão assim.
Como alguns filmes dos últimos anos, ele traça um perfil do EUA moderno, decadente, perdendo o rumo da sua liderança como modelo para a civilização. Igual a “Crash – no Limite”, em que o cruzamento de várias histórias evidenciam um painel do estágio atual da sociedade: consumista, atrelada a um poder fútil, dependente de planos de saúde, guardando tensões étnicas no seu interior, violenta e dramática.
Aliás, o diretor Mexicano Alejandro González Iñárritu usa muito bem esta narrativa em que as vidas das pessoas vão se cruzando num enorme painel que ultrapassa países, cidades, classes sociais, gêneros e idade. É o caso de seu filme Babel, quando um rifle de um Japonês que caça na África e ao presentear para um morador local, abre a possibilidade de incidente internacional.
O “queime depois de ler” parte da constatação que a obsolescência da “inteligência” americana herdada da guerra fria é a própria matriz para compreender a decadência do país. Pois a partir de um caso sem nenhuma importância (mas os personagens se acham da maior importância) real para o país e o mundo, abre-se toda a futilidade da vida americana. Forma-se um triângulo entre um amante inconseqüente, funcionários de uma academia de ginástica e o casal composto pelo homem de segurança demitido (que acha que ganhará a vida escrevendo livros de memória ou com consultorias) e uma médica arrogante.
O drama da história é muito mais que aquelas coincidências da tragédia grega, que existia como componente da ordem olímpica. Aqui a coincidência é a banalidade, aliás nem coincidência pois se acha muito mais como uma indução do banal (o desejo de uma cirurgia plástica que faça o upgrade do personagem) para aquela violência típica dos irmãos Coen.
Os brasileiros de minha idade que pensaram numa cultura nacional devem sentir um estranhamento angustiante neste filme. Todos os padrões de futilidade e superficialidade se encontram no Brasil contemporâneo. É como se dissessem: escritores, músicos, poetas e seresteiros preparem seus cânticos. Vocês serão assim.
2 comentários:
Tomara que já possa ser encontrado, nas nossas locadoras.
Sempre lendo você, José do Vale, mas nem sempre com tempo de comentar.
Deixo meu abraço,
Claude
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