(http://www.saltoquantico.com.br/2009/09/11/dialogo-mediunico-sobre-os-oito-anos-do- “11-de-setembro”-texto-abaixo-da-caixa-de-video/)
(Transmissão ao vivo, pela CNN, do desabamento do segundo arranha-céu do “World Trade Center” – Cortesia: CNN e Youtube.)
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Equipe Salto Quântico.]
(Interdisciplinaridade na abordagem para os problemas complexos da atualidade; necessidade da laicização das religiões; lição macabra da Revolução Francesa; perigos maiores, para a espécie humana, do que uma terceira grande guerra mundial: disseminação de tecnologia bélico-nuclear e bélico-biológica, implosão dos ecossistemas, colapsos dos sistemas previdenciários e dos mercados de trabalho no mundo inteiro; conflitos étnicos e culturais entre povos e preconceitos contra minorias.)
Benjamin Teixeira,
em diálogo com o Espírito Eugênia.
(Benjamin Teixeira) – Eugênia, nesta madrugada, você me pediu entretecesse, com você, um diálogo sobre o “11 de Setembro”. Quer propor alguma abordagem específica?
(Espírito Eugênia) – Não. A visão interdisciplinar continuará sendo a melhor, em qualquer circunstância, evento, dado histórico, personalidade humana, fenômeno natural; em suma: qualquer coisa que se pretenda analisar.
(BT) – Certo. Todo ouvidos, como creio que nossos leitores também estarão.
(EE) – O simbolismo da data foi muito significativo. O primeiro ano do século e do milênio. O nono mês do ano, lembrando que o número nove sempre foi considerado místico, constituindo a trindade da trindade, que, por sua vez, representa a perfeição. O dia número 11, que constitui a unidade após a dezena, remetendo a outro início de ciclo, mas não um início sem passado, e sim um começo estruturado sobre algo previamente existente: o acúmulo de desatinos dos séculos e milênios transatos.
Por outro lado, cabe lembrar que o principal e mais emblemático foco de ataque terrorista, daquele fatídico dia, o “World Trade Center”, era, de fato, como o próprio nome revelava, um centro internacional de comércio, e não propriamente um símbolo com exclusivo caráter norte-americano. Veem-se, então, um vício e uma glória da contemporaneidade. O vício de se terem, como eixo, o comércio, os interesses materiais, com exclusão ou subvalorização de outros. E a glória da globalidade, da interconectividade de todos os povos, nações e indivíduos, que marca, de modo inequívoco, concreto (e não mais de maneira alegórica, filosófica ou poética, como no passado), o novo ciclo civilizacional que a humanidade da Terra adentra. Não é mais possível fugir-se (nem mesmo provisoriamente, como outrora) das consequências em escala planetária, de qualquer grande evento, em qualquer quadrante do orbe. Somos, mais do que em qualquer outra época, uma só família, uma só comunidade, uma “aldeia global”, para citar, novamente, o célebre conceito do filósofo, sociólogo e educador canadense Marshall McLuhan (1911-1980) – foto à direita –, conceito este cunhado com certo ar psicodélico e surreal (de tão pouco crível pelas massas), há quatro decênios, e que hoje soa mais objetivo e preciso do que a linguagem binária, que começava a sair do campo ficcional, por aqueles dias, sendo laborada, freneticamente, em centros de “processamento de dados”, munidos de gigantescos “mainframes” em ambientes isolados e condicionados, manietados por especialistas de jaleco e prancheta à mão, a observarem luzezinhas a piscarem, nervosamente, em sucessivas “geladeiras” enfileiradas, com enormes fitas magnéticas a girarem para um lado e para outro, velozmente.
(BT) – Naquele 11 de setembro de 2001, esperamos guerras de arrasamento global, uma terceira grande conflagração mundial – uma opinião que se fez coro de inúmeros especialistas de análise política internacional. Aguardamos o pior, e parece que esses vaticínios sombrios não se concretizaram.
(EE) – Porque outros, mais dantescos, estão em curso. Os ecossistemas que periclitam, as tecnologias bélico-nuclear e bélico-biológica que se disseminam como vírus, entre povos de feição fundamentalista-xenofóbica. O ateísmo que se alastra, entre nações cultas, desesperando hordas infindáveis de adolescentes e adultos de todas as idades. O cerco da droga, que estrangula e seduz o desespero das multidões. O colapso do sistema previdenciário nos países mais desenvolvidos, cada vez mais longevos… e mais envelhecidos. O encolhimento assustador do mercado de trabalho, em toda parte, engendrando legiões intermináveis de jovens desempregados, dada a absorção progressiva de funções braçais ou meramente técnicas (que antes ocupavam milhões de braços) por máquinas várias vezes mais ágeis e eficientes que os seres humanos. O despreparo dos países pobres a adentrarem esta nova realidade de organização pós-industrial da comunidade internacional. A resistência dos próprios povos ditos “ricos e instruídos” em viverem segundo os princípios da nova cultura baseada em serviços, ciência, arte, religião, entretenimento e turismo, sem se conduzirem à decadência que marcou a debacle de outras civilizações do pretérito, como a romana e a babilônica, que implodiram nos excessos e degradação de “seus filhos”. Só que, hoje, há um particularidade perigosíssima para esta eventual bancarrota de nosso “establishment”: o sistema de organização socioeconcômico-política é monolítico. A sua eventual falência não poderá ser, assim, localizada, como o foi em outras eras de nossa passagem pela Terra, mas desencadeará, como uma praga ou em efeito dominó, uma pulverização de instituições, ícones ou baluartes da paz e segurança sociais, fazendo o mundo inteiro desabar, com seus sistemas bancários, econômicos, sociais, culturais… morais…
(BT) – E o que você sugere, neste momento tão delicado e complexo da história humana?
(EE) – Acostumarem-se todos à complexidade – porque ela vai aumentar. É um fenômeno irreversível e inexorável: conhecimento gera mais conhecimento; avanço científico desemboca em ainda mais progresso científico; cultura fomenta cada vez mais amplo e profundo nível de arte, instrução acadêmica e correntes alternativas de pensamento.
(BT) – Mas isso implica dizer que devemos gerar mais alto nível de maturidade em indivíduos e povos.
(EE) – Exatamente. E pelo único meio que há: a educação de sua espiritualidade, lato sensu – o espírito de propósito, do serviço ao todo, à comunidade, a uma causa maior, à intemporalidade do gênero humano, a Deus, ao Amor – como se queira denominar o próprio ideal… mas, de qualquer forma, um ideal que confira razão para viver e aponte uma direção, e um sentido humanístico. Importa destacar, todavia, que não é possível acontecer o fenômeno da maturidade psicológica em massa, sem uma disseminação, igualmente em grande escala, das ideias de imortalidade, espiritualidade e fé, sobre um alicerce de racionalidade, contemporaneidade, abertura ao novo, ao futuro, sem os dogmatismos, moralismos e opressões tão típicas à reacionária ala religiosa das sociedades hodiernas.
(BT) – Que sugere você, para isso? Afigura-se-me uma tarefa inexecutável, de tão intrincada!…
(EE) – A laicização das religiões ou dos movimentos espiritualistas de um modo geral. Um paradoxo que temos que enfrentar com intimorata coragem. Estamos realizando uma iniciativa neste sentido. Por isso, nos últimos meses, lentamente delineamos as bases e contornos conceituais (quanto organizacionais) de uma Igreja que não é uma Religião. Uma Igreja que não é um Templo, mas uma Escola. Uma Escola que não constitui, por outro lado, uma instituição de ensino tradicional. Ou seja: propugnamos pelo surgimento de algo completamente novo, que atenda à demanda do homem e da mulher da atualidade, que não aceitam nem o radicalismo misoneísta das religiões convencionais, nem o materialismo alienante das academias de ciência.
(BT) – Você propõe a abolição das religiões?
(EE) – Jamais! Isso seria uma utopia irresponsável e pueril. Já se postulou isso com o ritual de “coroamento” e “encarapitação”, no altar-mor da catedral de Notre Dame, de uma prostituta nua, representando a “déesse raison” (deusa razão), e vimos o que de caos se alastrou, por décadas sucessivas de barbárie, não só na França, como pela Europa inteira, com o horror que dizimou milhões de vidas (e de esperanças) das falanges napoleônicas. Igualmente, nunca proporíamos que os laboratórios e centros de pesquisa fossem fechados, porque lá se pratica aquela “vil ciência reducionista” tão condenada nos círculos esotéricos, que pregam – embora com boa dose de acerto – o princípio holístico do protoparadigma às ciências, denominado holográfico. Precisamos, urgentemente, aprender a viver com a diferença, com todas as ordens de minorias, inclusive aquelas que, ironicamente, ainda constituem expressiva parcela da população: as dos que resistem ao fluxo irrefreável das correntezas da história e se apegam a antigos modelos de interpretação da realidade, inteiramente inadequados a fazer alguém mais lúcido ou feliz, na interação com o mundo de hoje. Sugiro, tão-só, que todos, religiosos ou não religiosos, componentes de grupos alternativos como o nosso ou adeptos da visão materialista tradicional dos redutos científicos ao modo dos séculos passados, trabalhemos no sentido de reconhecer a importância da Espiritualidade, como sendo a viga mestra da natureza humana, a fome mais visceral entre todas: a busca de significado, do sentido para viver. E este, indubitavelmente, não pode se perfazer com a visão tosca, mesquinha e sufocante da morte como o fim da vida espiritual; da existência física como um acidente sem razão de ser; do universo como um evento casual que brotou do nada, sem nexo ou essência alguns.
(BT) – As pessoas carecem, então, gritantemente, de Deus.
[Imagens de Mao Tsé-Tung (1893-1976) e Josef Stalin (1878-1953), respectivamente.]
(EE) – Sim. E tão mais quanto mais declararem que não estejam precisando. Uma expressão latina de forte impacto bem traduz o perigo que disso decorre, uma contingência que foi denominada de “blasfeme absence fide” (a blasfêmia da falta de fé), que favoreceria toda ordem de intrusão psíquica destrutiva, na vida de indivíduos e coletividades inteiras, pela repressão inconsequente de uma necessidade humana basilar – em outras ocasiões, já falamos aqui que uma nova corrente das neurociências, a neuroteologia, tem declarado, enfaticamente, existirem, na constituição neurofisiológica do cérebro humano, regiões especificamente destinadas à vivência do culto ao Divino. Logo, não é praticável, nem mesmo sob uma ótica científica, não se viver a Espiritualidade. Não sendo reconhecida, ela será recalcada, e, como todo fenômeno supresso da vida psíquica de vigília, se degenerará no inconsciente, tomando feições teratológicas, voltando-se, obviamente, em primeira mão e máxima medida – contra aquele mesmo que pretendia debelar, de sua psique, o que a constitui como estrutura fundamental –, em forma de vício, tendência criminógena ou quiçá, e não raro, de enfermidade orgânica fatal. Coletivamente, a extinta União Soviética e a China, de meados do século transato, com seus sistemas totalitário-tirânicos de poder, tendo Stalin e Mao-Tsé-Tung como modelos máximos de bestas humanas (20 e 70 milhões de patriotas executados, na sua conta de responsabilidade pessoal, respectivamente), após a decretação do ateísmo oficial, bem atestam a que níveis de degenerescência pode chegar o ser humano, individualmente e em grupo, pela desconexão com sua essencialidade espiritual, pelo desalinhamento em relação a seu núcleo de sentimentos e valores morais.
É por esta razão que todas as pessoas que portem convicções espirituais sinceras, de qualquer credo, e mesmo aquelas que não se sentem pertencentes a nenhuma filiação de interpretação religiosa convencional, devem envidar todos os esforços que lhes estejam ao alcance, no sentido de salvar o globo de seu maior perigo: a espécie humana. Obviamente, antes que alguma outra espécie pague o preço pelo desequilíbrio da nossa, será o próprio gênero humano que carpirá (o que já se verifica, em medidas menores) as consequências diabólicas (do latim: “diabolus” – separação) de seus hábitos ruinosos de alienação de sua condição de componente inextricável da teia da vida, e não como mandatário ou usufrutuário irresponsável da rede de sustentação da biosfera no orbe.
(BT) – Mais algo a dizer?
(EE) – Não. Oremos e disseminemos a paz, ao mínimo. Façamos o máximo de bem que nossos recursos e talentos pessoais possam atingir. E deixemos o demais ao encargo de Deus e dos Bons Espíritos que O-A representam no planeta.
(Santuário de Lourdes, França, onde Bernadette-Eugênia teve uma série de visões de Maria Santíssima.)
(Diálogo mediúnico travado em 10 de setembro de 2009.)
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2 comentários:
Ótima oportunidade para se ler um bom texto.
Obrigada
Obrigado!
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