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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Lupicínio e a dor-de-cotovelo - Por Socorro Moreira

As aparências enganam
Lupicínio Rodrigues


Vejam como as aparências enganam
Como difere a vida dos casais
Não são aqueles que mesmo se amam
Que sempre moram em lugares iguais

Uns se casam porque se querem
Outros somente por comprazer
Sem nem pensar que por mais que fizerem
Nunca haverão de deixar de sofrer

Com seu criado que está presente
Também se passa uma história assim
Ela casou-se com outro vivente
E eu tenho outra mulher para mim

Só uma coisa eu sempre reclamo
E até hoje não me conformei
Que quem casou com a pessoa que eu amo
Beije na boca que eu tanto beijei

* Essa música foi inesquecivelmente gravada pelo ilustre cearense Gilberto Milfont, contemporâneo do meu pai, na cidade do Crato. Eles cantavam juntos na antiga Rádio Araripe , nos anos 40.

* Assim falou Caetano de Lupicínio : as canções dor-de-cotovelo não falavam das histórias vivenciadas por ele. Segundo consta , no testemunho da sua mulher, foi muito feliz no amor e no casamento. Porisso que a sua "fossa" tinha perspectiva, um norte , uma compreensão racional.
O poeta fala da dor do outro , como se ela fosse sua...O que de fato é verdade. E Fernando Pessoa , quase disse a mesma coisa.
A gente que gosta de escrever fica esvaziado quando está desapaixonado ou sem sofrer ... Isso é mentira também. Pra felicidade , pra saudade e pro amor nunca falta pano pra gente costurar um poema. O que falta é o poema chegar, e dizer !
Não existe uma única canção de Lupicínio que eu não goste de cantar...
"...Êta dor/que não devolve quem se ama/ êta dor que ninguém quer dizer que tem/ disfarçada num sorriso mentiroso/ é um pedaço de saudade de alguém."
- Essa é mais uma dor da humanidade : a dor-de-cotovelo. Ainda bem que ela dá e passa !

Socorro Moreira

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