Por Zé Nilton
Muita inveja, mas muita mesmo sinto do Eumano Rodrigues nesses dias, quando postou nos nossos blogues sua intimidade ágape com o Ismael Silva.
Aquele cenário que ele falou da Rua Gomes Freire, eu vivi nos tempos em que morava no começo da Rua Riachuelo, muito memorada na literatura de Machado de Assis, como Rua Matacavalos.
Eu, chegado ao Rio em Fevereiro de 1973, circulava por ali, nas ruas paralelas que levam à Cinelândia, à Sala Cecília Meireles, ao Amarelinho, ao Teatro Municipal, à Biblioteca Nacional, ao Cine Rex, ao Cine Pathe, ao Clube Bola Sete, ao Palácio Monroe, ao aterro do Flamengo, à Igreja da Glória, à Rádio Globo... Aliás, na Rádio Globo, todas as noites me assentava num banquinho naquele imenso estúdio, e mandava notícias para os meus, através do programa do Adelson Alves, o amigo da madrugada.
Mas minha inveja do Elmano se deve ao fato de eu não ter tido a devida segurança e tranqüilidade ao me defrontar, nas imediações da rua Gomes Freire, com o mestre Ismael Silva, que morava, em 1974, numa quitinete, no primeiro andar, defronte para a rua Gomes Freire. Deixo as correções dessas localidades para o disseminador de livros na região do Cariri, o quixaraense Elmano Rodrigues.
Foi tudo muito rápido. Ele vinha tranquilho, subindo a Gomes Freire, todo de branco, com uma língua pendente na boca do lado direito, apoiado por uma bengala.
Eu, todo nervoso, falei: oh, grande Ismael Silva, sou seu fã. Ele olhou pra mim e disse: “muito bem”, e passou. Segui rumo à praça, acho que a Marechal Osório, em busca do terminal da Telerj, de onde me comunicaria com a minha noiva Cristina.
Ainda hoje guardo nas minhas retinas “tristes e fadigadas”, no dizer de Manuel Bandeira, aquele meu súbito encontro com um dos paradigmas do meu mestre soberano, Chico Buarque, e que não soube, como o fez o ilustre Eumano Rodrigues, desfrutar da sua humilde simpatia, convidando-o para comer um frango com quiabo, numa daquelas inúmeras lanchonetes da rua Gomes Freire.
Então, nesta quinta-feira, o Programa COMPOSITORES DO BRASIL vai homenagear o grande Ismael Silva, e será dedicado ao nosso Elmano Rodrigues, que de Brasília, sorte as bibliotecas carentes do nosso Cariri.
Quem ouvir, verá !
Muita inveja, mas muita mesmo sinto do Eumano Rodrigues nesses dias, quando postou nos nossos blogues sua intimidade ágape com o Ismael Silva.
Aquele cenário que ele falou da Rua Gomes Freire, eu vivi nos tempos em que morava no começo da Rua Riachuelo, muito memorada na literatura de Machado de Assis, como Rua Matacavalos.
Eu, chegado ao Rio em Fevereiro de 1973, circulava por ali, nas ruas paralelas que levam à Cinelândia, à Sala Cecília Meireles, ao Amarelinho, ao Teatro Municipal, à Biblioteca Nacional, ao Cine Rex, ao Cine Pathe, ao Clube Bola Sete, ao Palácio Monroe, ao aterro do Flamengo, à Igreja da Glória, à Rádio Globo... Aliás, na Rádio Globo, todas as noites me assentava num banquinho naquele imenso estúdio, e mandava notícias para os meus, através do programa do Adelson Alves, o amigo da madrugada.
Mas minha inveja do Elmano se deve ao fato de eu não ter tido a devida segurança e tranqüilidade ao me defrontar, nas imediações da rua Gomes Freire, com o mestre Ismael Silva, que morava, em 1974, numa quitinete, no primeiro andar, defronte para a rua Gomes Freire. Deixo as correções dessas localidades para o disseminador de livros na região do Cariri, o quixaraense Elmano Rodrigues.
Foi tudo muito rápido. Ele vinha tranquilho, subindo a Gomes Freire, todo de branco, com uma língua pendente na boca do lado direito, apoiado por uma bengala.
Eu, todo nervoso, falei: oh, grande Ismael Silva, sou seu fã. Ele olhou pra mim e disse: “muito bem”, e passou. Segui rumo à praça, acho que a Marechal Osório, em busca do terminal da Telerj, de onde me comunicaria com a minha noiva Cristina.
Ainda hoje guardo nas minhas retinas “tristes e fadigadas”, no dizer de Manuel Bandeira, aquele meu súbito encontro com um dos paradigmas do meu mestre soberano, Chico Buarque, e que não soube, como o fez o ilustre Eumano Rodrigues, desfrutar da sua humilde simpatia, convidando-o para comer um frango com quiabo, numa daquelas inúmeras lanchonetes da rua Gomes Freire.
Então, nesta quinta-feira, o Programa COMPOSITORES DO BRASIL vai homenagear o grande Ismael Silva, e será dedicado ao nosso Elmano Rodrigues, que de Brasília, sorte as bibliotecas carentes do nosso Cariri.
Quem ouvir, verá !
3 comentários:
Muito boas essas lembranças que afloram... Sempre nos fazem lembrasr de outras e mais outras...
Bom também, repassá-las na memória não é?
Abraço,
Claude
Nilton,
Foi neste ano de 73 que vim morar no Rio. Em 1971 estava no Rio e resolvi passar um final de semana conhecendo o Centro de São Paulo. Pegamos um ônibus noturno e eu e minha mulher passamos o dia todo entre a São João, Ipiranga, Estação da Luz, Praça da República, Largo do Arouche, subimos a Augusta, no Edifício Itália, comemos um Fetucine no centro e visitamos o Museu do Ipiranga. Tudo de ônibus e muita caminhada. Ao que vem este relato?Estávamos na frente da Estação da Luz e tinha um parque ao lado. Como é nome deste parque nos perguntávamos. Sem ninguém por perto, resolvi ir ao encontro de uma fila de passageiros que esperava um táxi. Chegamos ao primeiro da fila e perguntei o nome do parque. Ele sorriu e disse que não sabia pois não era de São Paulo. Então o reconheci de imediato e de tanto emoção estimulei minha esposa sobre quem era. Ela pensando que era algum conhecido meu do Crato ficou na dúvida. Ele novamente sorriu e comentou que o rosto era conhecido do Brasil. Era o Ciro Monteiro. Falei do nosso carinho por ele, trocamos mais algumas impressões sobre São Paulo e o Rio o deixamos para pegar o táxi.
Outra dado. Ali por volta entre o final dos anos setenta e início dos oitenta, eu vinha pela Rua do Resende, pois trabalhava ali naquele casarão que foi do Oswaldo Cruz no número 128 e encontrei o Abdoral com mais algumas pessoas do Crato. Por acaso você o hospedava e ainda morav apor ali?
Caro Zé do Vale.
Muito bom relambrar, como disse a Claude, esses fatos de nossa caminhada. Não por audosismo e sim por História, a história de vida, a história de cada um.
Deve ter sido um clímax encontrar o Formigão, Ciro Monteiro.
Hospedamos algumas vezes o Abidoral, quando morava no Rio Comprido. Ele fazia cada baião de dois !
Numa me esqueço de meu encontro com o Luis Carlos SAlatiel. Fomos, ele e eu, procurar um amigo comum, nas favelas do Rio.Encontrá-lo foi deprimente, pois morava literalmente dentro de um buraco.
Aliás, o Luis está fazendo um programa na Educadora, com o Rafael, que é o bicho. Ontem, o convidado foi o nosso poeta, escritor e composistor Marcos Leonel. Mataram a pau!
Abraços.
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