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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

INSTANTES ( Jorge Luiz Borges ) por Rosa Guerrera

Hoje fui realizar um eletroneuromiograma e precisei aguardar mais de duas horas para que chegasse a minha vez . Muita gente no consultório ( coisa normal nos dias atuais). Mas não é esse assunto que me trouxe ao blog . Enquanto guardava paciente o momento de ser atendida, comecei a olhar os quadros pendurados nas paredes , e me chamou a atenção numa belissima moldura um poema do poeta/escritor argentino Jorge Luiz Borges , que tem como título : " INSTANTES ". Não me contive , e resolví copiá-lo as pressas num pedaço de papel.
E faço questão de arquivá-lo para sempre num recantinho desse blog. A mensagem é realmente linda e acredito que vocês irão gostar . Transcrevo na íntegra :

INSTANTES

"Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida, claro que tive momentos de alegria.
Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas. Se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas já viram, tenho oitenta e cinco anos e sei que estou morrendo."
(Jorge Luís Borges)

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