Os poetas são tolos.
Os poetas são imensamente tolos.
Entram em suntuosos,
intrigantes, arriscados
momentos de transe
escrevem seus versos
e aguardam o julgamento
das cruéis hienas
que sequer adivinham
o caminho.
Mas cheiram carne.
Mas farejam sangue.
Então os poetas
a cada momento
mais tolos
vigiam-se ansiosos
o veredito dos monstros.
Os leitores de poemas
se não escrevem
odeiam quem o faz.
E mentem, vibram,
mas dentro do peito
queima um troço ruim.
Os poetas felizes
pela amena sentença
abraçam-se a si mesmos
em risinhos lúdicos
feito crianças.
Que triste o meu fim
por ser eu um tolo.
Simplesmente um tolo.
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