Todas as manhãs
passarinhos ou formigas
vêm à janela
pedir-me esmolas.
Às vezes disponho
de quietude
em outros momentos
febre somente.
Mas sempre lhes ofereço
algum pretexto de vida.
Os passarinhos voam contentes
(tolinhos) só porque lhes disse
que não mais haverá tristeza
no paraíso.
Já as formigas,
dobram pelas fendas
da porta do banheiro
e se encantam.
Pouco se importam
com meus pensamentos.
Com meu rosto rubro.
Com meu chinelão antigo.
Só vêm mesmo à janela
para averiguar se ainda
há cupim no parapeito.
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