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"Penetra surdamente no reino das palavras.
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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

7 de Outubro - Dia do Compositor - Por Norma Hauer

DIA DO COMPOSITOR
Hoje, dia 7 de outubro é considerado o “Dia do Compositor”. Mas será que o público conhece os compositores de nossa música?
Nos tempos áureos do rádio, somente os compositores que atuavam em outras áreas, dentro do próprio meio, é que se tornavam conhecidos, mesmo assim pelos seus desempenhos dentro dessas outras áreas.
Assim foi o caso de Ari Barroso, com seu programa de calouros e sua atuação como locutor esportivo, quando usava uma “gaitinha” para assinalar um gol, principalmente se fosse do Flamengo. Assim foi Lamartine Babo, que comandou vários programas de rádio, desde seu “Lamartinadas”, ao seu mais aplaudido programa, o “Trem da Alegria”, com Yara Sales e Herbert de Bôscoli.
Assim foi Herivelto Martins e seu famoso Trio de Ouro”, com Dalva de Oliveira e Nilo Chagas. Assim também foi Braguinha, que fez parte com Almirante do “Bando de Tangarás”. Nesse grupo, os participantes tinham nome de pássaros, mas apenas Braguinha continuou usando o nome do pássaro com o qual compôs centenas de músicas: João de Barro.
O próprio Noel Rosa se tornou conhecido quando, com Marília Batista passou a fazer improvisos no então mais famoso programa de rádio: o “ Programa Casé”. Aliás, é bom saber que está sendo exibido, no Unibanco Arteplex (sala 2) em Botafogo, um documentário exatamente sobre o “Programa Casé”. Aconselho a quem se interessa pela história de nosso rádio a assistir a esse documentário sobre o programa que marcou época, antes do apogeu da Rádio Nacional. É interessante ver “fatos e fotos” de um Rio que ficou “lá para trás”.

Mário Lago, como compositor, obteve grandes êxitos, mas seu nome ficou mais conhecido quando passou a participar de tele-novelas da Rede Globo. Poucas pessoas que o viram em novelas sabiam que ali estava o co-autor de um dos maiores sucessos de Orlando Silva: o fox-canção “Nada Além”, ou o famoso samba “Ai Que Saudade da Amélia”. Isso sem falar em “Devolve”; “Não Quero Saber”; “Será?”, gravados por Carlos Galhardo, ou “Fracasso”, gravação de Francisco Alves ou ainda “Aurora”, gravado por Joel e Gaúcho, sucesso absoluto no carnaval de 1941.
Lembro-me que Ari Barroso ficava “uma fera” quando o calouro não sabia o nome do autor da música que iria apresentar.

Gostaria nesta data de relembrar grandes compositores que, desde Chiquinha Gonzaga, ainda no século 19 àqueles que enriqueceram nossa música popular, principalmente na primeira metade do século 20 quando o rádio era absoluto.
Depois de Chiquinha, ainda nascidos no século 19, tivemos Donga, João da Baiana, Pixinguinha, Zequinha de Abreu, Marcelo Tupinambá, Orestes Barbosa, Paraguassu, Bastos Tigre, Hermes Fontes, Vicente Celestino...mas o domínio aumentou com os nascidos nos primeiros 20 anos do século 20, tais como Oswaldo Santiago, Paulo Barbosa, José Maria de Abreu, Custódio Mesquita, Roberto Martins, Roberto Roberti, Assis Valente, Benedito Lacerda, Mário Rossi, Gastão Lamounier e centenas de outros que, ao lado de nossos grandes intérpretes, fizeram a história de nossa música popular.
A partir dos anos 60 nossa música seguiu um novo rumo, com a chegada da bossa nova e da jovem guarda. Muitos compositores passaram a gravar suas próprias músicas para que seus nomes ficassem conhecidos. Ao lado disso, ritmos estrangeiros como o “rock” passaram a dominar a música não somente do Brasil, como de quase todos os países ocidentais.

E até nosso samba acabou .
Os próprios sambas das Escolas só o são nos nomes porque seus ritmos são de marcha, para facilitar os desfiles.
De qualquer forma, todos aqueles que batalharam ou ainda batalham pela nossa música merecem ser referendados no dia de hoje.
Norma

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