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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

O “PRÉ-SAL” é nosso ??? – José Nilton Mariano Saraiva

Todo mundo sabe que o “pré-sal” é uma gigantesca jazida petrolífera localizada a mais de sete mil metros de profundidade, no fundo do Oceano Atlântico, e distante 300quilômetros da costa brasileira; sabe-se, também, que a nossa Petrobrás é, reconhecidamente, a maior empresa do mundo na técnica de exploração e perfurações em águas profundas, daí a descoberta de tão fabulosa riqueza; também é de conhecimento público que os 100 bilhões de barris de petróleo lá repousando representam o
“passaporte” para, definitivamente, “alavancar” o Brasil à condição de figurante do seleto grupo de nações desenvolvidas.
Mas, será que o “pré-sal” é realmente nosso ??? A dúvida é pertinente, no momento em que estamos às vésperas de eleger um novo Presidente da República.
De um lado, temos a candidata governista, a competente técnica Dilma Rousseff, indicada pelo maior presidente que o Brasil já teve - Lula da Silva - que representa a garantia de que a Petrobrás terá toda condição e recursos necessários para extrair do subsolo tal riqueza; garantia, ainda, que os frutos daí oriundos serão direcionados ao desenvolvimento de projetos prioritários à arrancada desenvolvimentista através da criação de um Fundo Social (educação, saúde, infra-estrutura e por aí vai), bem como à criação de um outro Fundo, o Soberano, espécie de poupança compulsória a ser utilizada quando necessário.
Na outra ponta – e o perigo terrível mora aqui - temos o candidato José Serra, ligado ao pior presidente que o Brasil já teve, FHC, os dois partidários da privatização entreguista, irresponsável e indiscriminada do patrimônio público ao capital estrangeiro (até o “limite da irresponsabilidade”, lembram ???), tanto que quebraram o Brasil em três oportunidades, no decorrer de apenas oito anos de governo.
O mote para tal dúvida foi dado na entrevista concedida ao jornal carioca “Valor”, dias atrás, por David Zylbersztajn, ex-genro de FHC e presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) quando se realizou o primeiro leilão de reservas brasileiras entregues ao capital estrangeiro, em 1999. Hoje, principal “assessor técnico” da campanha de Serra para a área de energia, Zylbersztajn é defensor ferrenho e convicto de que num eventual governo demo-tucano, a exploração do pré-sal ocorra nos marcos do regime de “concessões”, em escandaloso benefício do capital transnacional, ao contrário do regime de “partilha”, preferido e já decidido pelo atual governo.
Como se sabe, e não é preciso ser nenhum “expert” no assunto, no regime de concessões, implantado por FHC e sua corriola, todo o petróleo retirado do subsolo se torna, automaticamente, propriedade da empresa concessionária, que pode fazer com ele o que quiser. Atualmente, as empresas estrangeiras é que determinam o ritmo de exploração das reservas. Elas também escolhem, por sua própria conta, os fornecedores de equipamentos, em geral importados. Como retribuição ao governo, essas concessionárias se limitam a pagar uma porcentagem sobre o valor da produção (os royalties) e mais algumas taxas, o que totaliza, no máximo, irrisórios 40% da renda obtida com o petróleo.
Já no regime de partilha, tal como decidido pelo atual governo para o "pré-sal", a União mantém a propriedade do petróleo obtido, o que lhe dá o direito de ditar a política de exploração. O volume produzido e a duração das reservas podem ser administrados de acordo com objetivos de política econômica. E o Estado é quem estabelece as normas para os investimentos e a política de compras, a partir de metas voltadas para o desenvolvimento de cadeias produtivas nacionais, criação de empregos e aperfeiçoamento tecnológico.
Embora indesejada pelos que realmente torcem pelo Brasil, uma eventual vitória de Serra ao segundo turno é um fator de alento para David Zylbersztajn e seguidores internacionais. Assim, será possível retomar o fio da história no ponto em que estava em janeiro de 2002 (governo FHC), quando o banqueiro (recentemente falecido) Francisco Gros, em seu primeiro ato após a posse como presidente da Petrobras, anunciou aos investidores em Houston, nos EUA, que sua missão era “PRI-VA-TI-ZAR A EM-PRE-SA”. Tanto que seu antecessor, Henri Philippe Reichstul, tentou – e quase conseguiu – trocar o nome da estatal para Petrobrax, supostamente mais agradável aos ouvidos dos potenciais compradores em uma planejada privatização. Agora, com as reservas do pré-sal avaliadas em centenas de bilhões de dólares, o prato se tornou bem mais suculento, e o apetite, maior.
E aí, você que está do outro lado da telinha, teria a coragem de votar no Serra, com a conseqüente entrega da exploração do “pré-sal” à ganância do capital internacional,
com todas as nefastas conseqüências daí advindas ???
Ou é daqueles que – como o signatário - torcem e vibram com o Brasil, capaz de usar da transparência para declarar publicamente, três semanas antes da eleição: votamos na Dilma, SEM PESTANEJAR E COM CONVICÇÃO.

4 comentários:

monica aquino disse...

Isso é o que se chama de artigo "imparcial".
Sei que andorinha só não faz verão, mas, enquanto durar a campanha presidencial, não abro mais o querido blog Cariricaturas, que se tornou porta-voz da candidata oficial.
Respeito a decisão da dona do Blog. Faz parte da democracia.Mas me sinto mal quando vejo um artigo como este.

Cesar Augusto disse...

Monica, estou contigo e náo abro, se ainda falassem a verdade, talvez eu inclinasse minha cabeca para escutar as mentiras ditas a fvr do presidente Lula.....tudo que hoje, Lula e Dilma se afanam, sao os louros criados no governo de FHC.
Quanto ao pre-sal, isso e projeto para daqui ha 10 ou 15 anos, mas o governo atual, ja gasta contando com o ovo no cu da galinha....
Tudo isso sem contar com o perigo "vermelho" que a alianca Fidel, Morales, Chaves e Lula representam para o Brasil do futuro....Dilma nao tem bagagem politica, foi tirada do chapeu do magico Lula, do outro lado, temos Serra que tem uma extensa historia politica...e so olhar para tras...

Cesar Augusto Cabral Fontes

Cory Matos disse...

Meu caro José Nilton,
No limiar da escolha do próximo presidente da república [em substituição ao melhor da História do Brasil], não há como não cotejar o modelo "entreguista" de FHC com modelo de governar de Lula, onde o Estado impulsiona a economia e prioriza o social. Parabéns pelo artigo, peço vênia para publicá-lo em www.euaXo.zip.net.

jose nilton mariano saraiva disse...

DONA Mônica Aquino,
É só confrontar os números da era FHC (da qual Serra foi uma das figuras e destaque) com os do governo Lula (do qual Dilma foi a principal gestora); é só observar,
"IMPARCIALMENTE", o conceito do Brasil hoje no cenário internacional, prá ver a metamorfose experimentada pelo país nos últimos oito anos; no tocante ao perigo que corre o "pré-sal", basta ler o que o principal assessor do Serra para a área energética declarou ao jornal
"Valor", do Rio de Janeiro: num futuro (Deus nos livre) governo Serra, a intenção é entregar a exploração para grupos internacionais (ou, em portugues mais claro, PRIVATIZAR). Ou a senhora não é dada à leitura ???
Com relação a ao fato de "uma andorinha só não faz verão", é bom não esquecer que foram "APENAS" 48 milhões de andorinhas que deram a vitória a Dilma no primeiro turno.

DOUTOR Cesar Augusto:
Argumentos do tipo "cú da galinha" e "perigo vermelho" consideramos desqualificantes, não merecem nem resposta e por isso, não vamos perder nosso tempo (trate de estudar os números, pra discutir as coisas com seriedade); no mais, a resposta à dona mônica, acima, serve também para o senhor.

Cory Matos,
Eles têm verdadeiro pavor de
"cotejar" os números dos dois governos, por motivos óbvios (não gsnham em nenhum item).
Sinta-se à vontade para publicar nossas mal traçadas onde bem desejar.