Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Crônica para você – Por Claude Bloc

Quando somos jovens achamos muitas vezes que tudo é tão difícil! Primeiro vem o sonho. Nunca sabemos se aos poucos conseguiremos realizá-lo, mas por alguma razão desconhecida continuamos sonhando.
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A seguir, vem uma série de artifícios e processos, como, por exemplo, o questionamento dos outros sobre nossa escolha sobre o futuro, vem a expectativa dos nossos pais, e principalmente, aquela perguntinha martelando na nossa cabeça: “será que vou conseguir”? Não sabemos, portanto, a esta altura, que esta será uma pergunta constante durante o restante de nossa vida.
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Aí, então, começam as renúncias, que se estendem pela vida a fora: desde festas e passeios até falta de atenção à família, aos amigos, à/ao namorada/o…mas sempre há motivos de renúncia. (Ou não!). No final das contas todos nós podemos escolher, e é justamente quando o cansaço bate, quando a mente está já tão cheia de informações e de conhecimentos, quando não conseguimos aprender mais nada (mas não largamos o livro), quando todos reclamam que estamos estressados... sim, é nesses momentos que alguma escolha é feita.
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Poderíamos até ter seguido pelo caminho mais fácil, ter curtido toda nossa juventude intensamente, ter vivido para nós mesmos e pro mundo. Mas não, seguimos sonhando... Obviamente o tempo passa e com ele tudo segue passando. Mas a vida continua, e acabamos deixando de lado muitas vezes as pessoas que mais amamos. E agora? Pomo-nos à prova. Tentamos decidir nosso destino ou seremos jogados na jaula novamente junto ao nosso passado e às nossas lembranças.
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Depois de muitas intempéries, acabamos acreditando que estamos livres e que nos havíamos livrado das noites em claro, das tempestades, dos enganos nossos de cada dia. A ausência dos amigos aumenta. Tentamos modificar toda nossa vida. Mudamos de cidade, moramos com pessoas totalmente desconhecidas, temos que aprender a nos virar de todo jeito, porque é assim que aprendemos a crescer.
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De repente percebemos, então, que não tem mais jeito, que nossa adolescência passou e que a queremos de volta, mas não podemos mais tê-la, porque não dá mais tempo agarrá-la. Nossos amigos agora são outros; e daí, nós também não entendemos por que eles não são como os de antigamente.
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É aí que passamos a ter medo, e este acaba se tornando nosso maior amigo. Temos medo de fracassar, de ter chegado tão longe, mas sem saber direito para onde ir. Sentimos vontade de chorar, mas aí já somos quase adultos, e temos que ser fortes... Afinal, não foi assim que nos disseram? Que devemos ser fortes sempre? Que o resto é manha? Mas temos esse direito?

É aí que nos deparamos com o futuro. Nossos últimos anos foram de coragem e de batalhas. Batalhas estas que nunca acabam e vão ficando cada vez mais difíceis de vencer. Surgem as perguntas: Onde estão meus pais? Onde estão meus amigos? Pra onde estou indo? São tantas as dúvidas… Deveríamos ter um dicionário para responder a essas questões tão esdrúxulas. Porque ninguém nos diz o que vamos encontrar pela frente ou como isto ou aquilo vai ser. Mas... mesmo assim continuamos.

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Então passamos a refletir sobre nossos sonhos, sobretudo sobre aqueles que ainda não realizamos e que não somos capazes de esquecer. Diga-me, fale-me: a esta altura você seria capaz de deixar isso fugir do seu coração? .

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Agora nossa vida é esta. Apesar de ela ser repleta de insegurança, é, no entanto, e ainda, cheia de sonhos. E essa nossa vida passou agora a ser também a vida de outras pessoas. Amamos. E amamos tanto tudo isso! Amamos encontrar as mesmas pessoas todos os dias, amamos também porque não temos tempo para nós mesmos, amamos, amamos, amamos… amamos de um jeito que não valeria mais a pena viver se isso tudo não existisse. ..

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E por mais que não queiramos aceitar, e por incrível que pareça, nos encontramos hoje justamente naquilo que nos fez sentir tantas vezes perdidos. Mas é assim. Foi uma escolha nossa e, a cada tempo procuramos fazer a melhor escolha que possamos imaginar. Eu hoje escolhi vocês, meus amigos de hoje e de sempre.
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Foto 1: Atrás: Dominique, Pedro Silvino e Claude // no meio: Roberto e Ricardo Saraiva e Jean-Pierre (primo) // na frente: Bertrand e Jacques (irmãos)
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Foto 2: da esquerda para a direita = 1. (não lembro do nome) 2. Gracinha Pinheiro C. - 3. A cabeça de Vanda - 4. Ismênia Braga Brilhante - 5. Glória Pinheiro C. - 6. sentada = eu - 7. em pé = Ana Ricarda Ribeiro
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Foto 3: Turma do Pimenta: Fátima Lacerda (com a irmã mais nova), Cristina (de Seu Luiz Gonzaga) abraçando Iza (minha irmã de criação), Eduardo, Glória e Zé Junior (Lacerda), Carlinhos (na frente de Zé Junior), Rita de Cássia (falecida há pouco tempo), Ana Ricarda (na frente de Rita), Primo de Gracinha e Gracinha Pinheiro, Claude (atrás) , Marcelo, e ajoelhado Renato Pinheiro com Meirinha nas costas.
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Texto e fotos por Claude Bloc
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2 comentários:

socorro moreira disse...

A escolha foi recíproca, amiga querida.


Beijo

jair rolim disse...

Claud
A vida é assim, cheia de mistérios. Incertezas, mas o bom a gente ser amado e por vezes nem sentir-mos de que lado vem aquele amor o que muitas vezes nos torna feliz. Você, certamente, é uma mulher muita amada e as vezes nem imagina ou nao sabe quantificar, identificar e assim as coisas ficam envoltas em mistérios.
O Primo de Gracinha chamava José Isnard Pontual Pinheiro, já falecido. O garoto na frente do Jose Jr.acho que nao é Carlinhos, irmao dele.
Um forte abraço
Jair Rolim