Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Majas e Outras Vênus

O Nascimento de Vênus - Sandro Botticelli

Quase em tamanho natural, a Vênus de Botticelli surge numa concha carregada pelas ondas do mar, impulsionada pelo vento, exibindo graciosamente seu corpo perfeito.O nu feminino havia sido proscrito da arte durante um milênio como símbolo da luxúria.Foi necessário esperar até o Renascimento para se redescobrir a beleza do corpo feminino.


Já “La Venere de Urbino” (1538) apresenta uma história curiosa: Giorgione foi o primeiro artista veneziano a mostrar uma “Vênus adormecida” em plena natureza. Como faleceu em 1510 antes de terminar o quadro, coube a Tiziano, seu colega de ateliê, concluí-lo.



Mais de um quarto de século depois, TIZIANO retoma o tema, porém ambientando a Vênus numa cama, com os olhos abertos, consciente do seu encanto. Com isso, libera o nu da figura mítica – cria a mulher real. Está exposta na Galleria degli Uffizi em Florença

Apesar da presença das criadas e de móveis no ambiente como as arcas, o plano preto atrás da jovem ressalta o corpo da "Vênus de Urbino". Seu corpo revela o ideal da beleza e gostos eróticos do Renascimento pleno: formas arredondadas e corpulentas, ombros largos, seios pequenos.

Mais de três séculos depois, "A Vênus de Urbino" seria inspiração para "Olympia", do impressionista francês Manet.
"Olympia" foi pintada em 1863, mas só apresentada ao público dois anos depois, causando reações contrárias mais fortes do que "Almoço na relva" (“Le déjeuner sur l’herbe”, obra que mereceu uma “apropriação” – ou releitura – de Picasso). Era um retrato de uma jovem prostituta nua - sua modelo favorita, Victorine Meurent - com um gato negro aos seus pés no lugar do cachorro de Tiziano.

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La Maja Desnuda” de GOYA (1746-1828) foi a primeira figura feminina (não mitológica) da História da pintura a mostrar os pêlos pubianos. Tudo leva a crer que ”La Maja desnuda” foi encomendada por Manuel Godoy (ministro de Carlos IV) para seu gabinete, dividindo as atenções com a “Venus del espejo” (ele seria o terceiro proprietário desta obra).Supõe-se que era recoberta por outro quadro – “La Maja vestida”, também pintada por Goya na mesma posição, formando um jogo freqüente na época. Ambas fazem sucesso no Museu do Prado.
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Aponta-se a possibilidade de que a Duquesa de Alba, Doña Cayetana (com quem Goya estava unido na ocasião), tenha servido de modelo para as duas Majas.
Alguns acreditam que a “vestida” parece mais “desnuda” do que a própria, por apresentar uma técnica com pinceladas mais pastosas e livres, em contraste com a perfeição acadêmica da outra.

“La Venus del Espejo”, único nu atribuído a VELÁSQUEZ (1599-1660)

"La venus del Espejo” não possuía paisagens ou criadas no quarto, como nos quadros italianos e flamengos da época, que dispersavam a visão principal. O tafetá preto exalta ainda mais o corpo desnudo. A existência do cupido alado a transformaria numa Vênus mitológica. Desconfia-se, porém, que seu autor quisesse representá-la como uma mulher real, já que não a pintou de ruiva (cor dos cabelos dos mitos) e utilizou um corpo esbelto, admirado na Espanha, mas execrado nos demais países. Acredita-se que a mulher que pousou para esta Vênus fosse uma das amantes do Rei Felipe IV, conhecido pelas suas peripécias amorosas, tão incentivadas naquele período. Além de viúvo, apenas o próprio monarca poderia ter encomendado tal obra erótica, pois os nus eram condenados socialmente.


3 comentários:

Corujinha Baiana disse...

Ai, amiga!
Que coisa horrorosa ! Estava tudo direitinho na visualização !!!!

Claude Bloc disse...

Vou ajeitar procê.

Edilma disse...

Coruzinha Baiana,

este ensaio de nus artisticos forma proibidos pelo clero e censuras da época, nunca o foram nas mãos dos artistas e estão aqui em todo o seu explendor.
O primeiro, O Nascimento de Vênus, Mede 172,5 x 278,5- e está na Galleria degli Uffizi em Florença.
É uma têmpera sôbre tela. Os olhos pintados por Btticeli costumavam ter um ar longinquo como que perdidos em sonhos ou pensamentos.
Sou apreciadora das artes clássicas e estou adorando seus documentários.
Parabéns !

Edilma