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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

" AO MESTRE COM CARINHO" - Prof. José Nilton e Ana Cecília

Retomando a linha do discurso que provocou vossa intervenção em comentário pleno de sentido e contemporaneidade, permita-me acrescentar, que o fenômeno da cura estará ainda por muito tempo excluído da ciência médica enquanto os pesquisadores se limitarem a uma linha estruturalista conceituAl que não lhes permita lidar com a interação biopisicosocial do sujeito. Em outras palavras, continuarem afastados das Ciencias Sociais e da Filosofia.
A visão cartesiana influenciou a tal ponto a prática da assistencia a saúde que dividiu a profissão em dois campos opostos pelo vértice, distintos e quase sem comunicação entre si. Os médicos ocupam-se do "tratamento do corpo" e os psiquiatras e psicólogos, da "cura da mente".
Essa divisão no meu entender só trouxe desvantagem para a compreensão da maioria das doenças importantes, porque impediu os pesquisadores médicos de estudarem o papel do "stress" e dos "estados emocionais" no curso das doenças. Não faz muito tempo que se reconheceu o stresse como fonte significativa de um amplo leque de enfermidades e disturbios, e o vínculo entre entre estados emocionais e doença, embora conhecido através dos tempos recebe pouca atenção da ampla maioria dos colegas médicos.
Essa divisão cartesiana influenciou a tal ponto este universo que hoje existem dois corpos de literatura na pesquisa de saúde, fato que a Dra. Ana Cecília tão bem conhece. A literatura em psicológia ressalta com amplitude a importãncia dos estados emocionais para a doença. Enfatiza o debate e se documenta sobre os fatos. Os psicologos experimentais colocam a disposição nas Universidades e Centros de Pesquisa esses resultados, mas os cientistas biomédicos raramente tomam conhecimento delas. A literatura biomédica se fundamenta na fisiologia mas jamais se ocupa dos aspectos psicológicos das doenças. Só para lembrar: os estudos sobre o Câncer são um caso típico. Desde o final do século XIX a ligação entre estados emocionais e câncer se encontra estabelecidas em incontáveis estudos da literatura psicológica com provas substanciais. É triste constatar que os dados dessas pesquisas não são incorporadas pelos médicos às suas pesquisas.
Um outro fenômeno caracteriza bem este triste hiato. Persiste uma grande incapacidade dos nossos cientistas de integralizarem elementos físicos e psicológicos ao fenômeno da dor. Os pesquisadores ainda não sabem precisamente o que causa a dor simplesmente por não entenderem os mecanismos de comunicaçlão entre corpo e mente. Da mesma forma que a doença, como um todo, tem aspectos físicos e psicológicos, o mesmo ocorre com a dor que frequentemente esta associada a ela. Pergunto como "mote" para a ampliar a discussão: quem pode me afirmar quais são as fontes de dor e quais as psicológicas? Exemplo: Dois pacientes com idêntica sintomatologia física, um apresenta dores insuportáveis, enquanto o outro não sente absolutamente nada. Se quisermos entender a dor e sermos capazes de alivia-la no processo da cura, "devemos considera-la num contexto amplo que abarca as atitudes e expectativas mentais do paciente, seu sistema de crenças e valores e apoio emocional da família e dos amigos e, obviamente outras circunstâncias", já me alertava em seus ensinamentos o Prof. Fernando Gonzalez. Em outra oportunidade gostaria de abrir uma discussão com o Prof. José Nilton, Dra. Ana Cecília, Dr. José do Vale, Liduina Belchior e Dr. João Marni sobre o fenômeno da DOR e da MORTE.

Ότι η επιστήμη ανοίγει τις πόρτες της γνώσης για το καλό της ανθρωπότητας και την δόξα του Θεού
..
( Trad. - Que a Ciência abra as portas do conhecimento para o bem da humanidade e a Glória de Deus).



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2 comentários:

Liduina Belchior disse...

Nilo Sérgio,

Para se saber quais as fontes das dores fisiológicas e das psicológicas a que você pergunta,
necesitamos conhecer a história de vida de cada um e por conseguinte a
vulnerabilidade que um e outro tenha relacionado a dor.
Ai entra o termo idiossincrasia,que você conhece,que é justamente o que acabei de dizer sobre o que é diferente entre um e outro ser humano,neste caso,falando da dor e do sofrer.
No que se refere a morte e o morrer,alguns colegas psicólogos com formação e ou especialização em Tanatologia são excelentes cuidadores dos pacientes com cancer
ou outras enfermidades terminais que levam a morte.

Gostei muito do que escreveu e dos
questionamentos levantados no texto.Liduina Vilar que também é Belchior e de repente também Maria.

Ana Cecília S. Bastos disse...

caro Nilo,
acho que esse tema, para mim, passa mais pela poesia...
abraço grande,
Ana Cecília