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"Penetra surdamente no reino das palavras.
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Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 29 de setembro de 2009

As Histórias dos Outros – II: O Feitiço – por Carlos Eduardo Esmeraldo

Amadeu de Carvalho Brito era nosso vizinho do Sítio Pau Seco e muito amigo de nossa família. Casou-se com uma prima e afilhada de meus pais, que ficou órfã aos 12 anos, tendo ido residir em nossa casa. Isto muitos anos antes do meu nascimento.
Amadeu era sobrinho do grande historiador cearense José Carvalho e de seu irmão Pio Carvalho, um contador de muitos “causos”, e ele próprio outro contador de inúmeras histórias engraçadas, relatadas pelo seu filho, Cel. José Ronald Brito no livro “Um Relato Familiar”.
Numa dessas histórias, ele nos revela uma das muitas aventuras de Pedro Vicente, um conhecido “motorista de praça” do Juazeiro, que inventava impossíveis e imaginárias façanhas.
Segundo um dos relatos de Pedro Vicente, quando ele era novo, fez uma viagem ao Maranhão. Por lá, apaixonou-se doidamente por uma bela morena maranhense. Por esse motivo não desejava mais voltar para o Ceará. Um amigo que Pedro Vicente conhecera naquele estado, avisou-lhe sobre a família daquela moça, toda ela ligada a feitiços. Então Pedro Vicente, após muito pensar, encontrou uma fórmula de se livrar da moça feiticeira e assim retornar ao Juazeiro. Disse-lhe que desejava casar e precisava ir ao Juazeiro para preparar os papeis. Dito e feito: a desculpa colou com goma arábica. Na saída, a noiva toda solícita lhe preparou um delicioso prato com galinha frita e farofa, para que ele comesse na viagem. Durante a viagem, Pedro Vicente, após muita resistência, decidiu não comer daquela iguaria. Era comer e voltar, dizia ele. Ao chegar à divisa do Maranhão com o Piauí, Pedro Vicente atirou a bandeja com a galinha frita e a farofa no Rio Parnaíba.
Anos depois, encontrou-se com o amigo maranhense no Juazeiro e, este lhe contou, que três dias após a saída de Pedro Vicente do Maranhão, chegou na casa da noiva um tremendo jacaré de mais de dois metros de comprimento.

Adaptado por Carlos Eduardo Esmeraldo de "Estórias de Amadeu" in “Um Relato Familiar” de J. Ronald Brito, Editora ABC - 1997, pág.73

2 comentários:

socorro moreira disse...

Gargalhadas !


Foi demais !

Claude Bloc disse...

Eita seu menino... Adorei a história.
Foi por um triz!!!

Abraço a você e Magali