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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Canto de Neruda


12 de julho de 1904, Parral (Chile)23 de setembro de 1973, Santiago (Chile)


Neftali Ricardo Reyes, mais conhecido pelo pseudônimo de Pablo Neruda, nasceu em Parral, a 12 de julho de 1904, e morreu em Santiago, a 23 de setembro de 1973. Filho de um ferroviário, estudou francês durante dois anos no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, participando ativamente da vida política estudantil.

Nomeado cônsul-geral do Chile em Rangún, na Birmânia, em 1927, Neruda continuaria sua carreira diplomática em Djacarta, Madrid (durante o período da Guerra Civil espanhola) e México, onde foi embaixador de 1940 a 1942. Eleito senador em 1945, permaneceu exilado em Paris de 1948 a 1952. Em 1971, foi mais uma vez nomeado embaixador do Chile, agora em Paris, e recebeu o Prêmio Nobel de Literatura .
Lirismo e Política

Um dos maiores poetas chilenos e da literatura contemporânea, a obra de Neruda tem fases distintas. Ele pode ser o poeta lírico e angustiado de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924) ou pode elaborar versos de cunho político e, em alguns momentos, com características épicas, como em Canto geral (1950).No livro Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, Neruda canta o amor, a ausência da mulher amada, e cultua uma tristeza que chega ao desespero. Os versos são, muitas vezes, herméticos, e as comparações extravagantes guardam poucos pontos de contato com a realidade.Em Tentativa do homem infinito, de 1925, uma densa atmosfera de angústia dá vida ao caos verbal: a sintaxe e a ortografia são absolutamente livres - e as imagens, em certos trechos, incompreensíveis. Mais tarde, na obra Residência na terra, a angústia assume proporções trágicas, e Neruda fala sobre a morte, a ruína, a desintegração do mundo.A visão dos horrores da Guerra Civil Espanhola fará com que a preocupação social, acompanhada do engajamento político-partidário, influencie sua poesia. Assim, no livro Espanha no coração o poeta colocará seu talento a serviço do comunismo, e sua missão será conseguir adeptos, denunciar, converter.

Canto em Defesa da América Latina

Neruda será, portanto, cada vez menos lírico e cada vez mais épico. Os versos se transformam, perdem todo o hermetismo e tornam-se simples, pois o poeta deseja ser lido pelos operários. O ponto culminante dessa nova poética pode ser encontrado em Canto geral.Tendo abandonado a carreira diplomática, o poeta candidata-se ao Senado chileno pelo Partido Comunista, que faz parte de uma ampla coalizão para apoiar José Antonio Ríos Morales à presidência. Neruda é eleito senador em 1945. Mas, em 1946, Ríos Morales, que havia sido eleito presidente, vem a falecer. Gabriel González Videla passa a ocupar a presidência e instaura a censura na imprensa, dando início a uma onda de repressão contra sindicatos e trabalhadores.Neruda não se cala. Publica, no jornal El Nacional, em Caracas (Venezuela), sua "Carta íntima para milhões de homens", denunciando as traições e os crimes de Videla. E, logo depois, no Senado, profere o famoso discurso "Eu acuso", no qual ataca a política e a pessoa do presidente. Em resposta, o governo requer à Corte Suprema a cassação do mandato de Neruda e sua prisão. Os magistrados acatam o pedido. Neruda passa, então, à clandestinidade, viajando, como fugitivo, por diversos pontos do país. Mas, enquanto foge com a ajuda de centenas de famílias pobres, escondendo-se e conseguindo sobreviver, escreve Canto Geral.As constantes mudanças de endereço duram cerca de um ano, enquanto Videla rompe com os comunistas, expurga seus representantes do Congresso e proscreve o partido. Por fim, com o auxílio de agricultores e arrieiros, Neruda escapa pela zona austral da Cordilheira dos Andes, rumo à Argentina e, de lá, para a França.

Canto Geral é, portanto, a resposta poética de Neruda à traição de Videla e às injustiças históricas da América Latina, obra na qual ele transforma seu verso em arma de combate, denunciando os crimes do imperialismo americano e fazendo uma revisão histórica dos séculos de dominação estrangeira e, também, das lutas de resistência.

Apoio a Salvador Allende

Neruda regressaria ao Chile em 1952. Volta a participar da vida política, apoiando Salvador Allende em suas inúmeras campanhas à presidência da República. Em 1970, renuncia à sua candidatura à presidência para favorecer Allende, que vence as eleições em 4 de setembro. No ano seguinte, em março, é nomeado embaixador do Chile na França. Em outubro, a Academia Sueca o escolhe para o Prêmio Nobel de literatura. A partir de 1971, no entanto, a saúde de Neruda se deteriora. Obrigado a sofrer várias cirurgias, falece a 23 de setembro de 1973, poucos dias depois do golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende. A obra completa de Pablo Neruda reúne mais de 40 livros, escritos entre 1923 e 1973. Mais informações podem ser encontradas no site da Fundação Pablo Neruda.

Enciclopédia Mirador Internacional





Neruda e Matilde


Poema XX

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: "La noche esta estrellada, y tiritan, azules, los astros, a lo lejos".
El viento de la noche gira en el cielo y canta.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.

La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.

Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.

Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.

Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,
Mi alma no se contenta con haberla perdido
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,

Y éstos sean los últimos versos que yo le escribo






















Um comentário:

socorro moreira disse...

Maravilhoso, começar o dia com Neruda.

Abraços, amiga Corujinha !