Receita de escritor
(para outros festivais)
Hoje sonhei com uma árvore no meio do deserto.
Concluí que nela havia um passarinho,
passarinho voa,
quem voa tem asas.
E resolvi escrever um conto usando essa metáfora.
Deitei na rede, saquei do lápis (nada de esfereográfica)
e enquanto ouvia um velho disco de Raul Seixas,
chegou Sherezade, de blusa e calça jeans.
Pensei no título.
Algo que pudesse comover mãe e filha ao mesmo tempo.
Rabisquei: “Triste como ela”.
Puxei o laptop para verificar se no Google
alguém havia escrito algo com o mesmo título.
Esbarrei com um tal de Onetti.
Pedi uma sugestão a Sherezade, classe média periférica em ascensão,
metade da população brasileira,
meu mercado editorial.
- A essa hora, bicho?
Deu o estalo e depressa escrevi:
“A rede”.
O resto é sempre mais fácil:
meu léxico é o lexotan.
__
A colagem é feita com pinturas de Maigritte
(para outros festivais)
Hoje sonhei com uma árvore no meio do deserto.
Concluí que nela havia um passarinho,
passarinho voa,
quem voa tem asas.
E resolvi escrever um conto usando essa metáfora.
Deitei na rede, saquei do lápis (nada de esfereográfica)
e enquanto ouvia um velho disco de Raul Seixas,
chegou Sherezade, de blusa e calça jeans.
Pensei no título.
Algo que pudesse comover mãe e filha ao mesmo tempo.
Rabisquei: “Triste como ela”.
Puxei o laptop para verificar se no Google
alguém havia escrito algo com o mesmo título.
Esbarrei com um tal de Onetti.
Pedi uma sugestão a Sherezade, classe média periférica em ascensão,
metade da população brasileira,
meu mercado editorial.
- A essa hora, bicho?
Deu o estalo e depressa escrevi:
“A rede”.
O resto é sempre mais fácil:
meu léxico é o lexotan.
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A colagem é feita com pinturas de Maigritte
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