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(Carlos Drummond de Andrade)

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sábado, 11 de dezembro de 2010

Notícias !


Centenário de Noel Rosa é
comemorado com feijoada e música

O Poeta da Vila retratava o Rio do Centro para a zona norte, diz biógrafo
Gabriela Pacheco



Nascido em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, o sambista Noel Rosa completaria cem anos neste sábado (11). Desde o inicio do ano, o compositor e cantor recebe homenagens da cidade sobre a qual tanto gostava de transformar em música. A escola de seu bairro, que conseguiu o quarto lugar no carnaval de 2010 levando a Sapucaí a vida desse carioca, faz neste sábado (11) o “viradão de Noel”, com uma feijoada, a partir das 13h, e shows com a bateria depois das 19h.

Para o músico Martinho da Vila, que escreveu o samba-enredo “Noel a presença do poeta da Vila”, o legado de Noel - além de suas obras - foi ter ajudado o samba a se tornar símbolo do Rio.

–É uma figura imortal, parece que ainda está aqui. Suas composições e melodias são bastante atuais. Noel Rosa inspira poesia no samba.

No entanto, a cidade descrita por Noel é diferente daquela imaginada pela maioria das pessoas quando se menciona o Rio de Janeiro. De acordo com o músico Carlos Didier, que escreveu Noel Rosa, uma biografia , junto com João Máximo, o sambista se concentrava no homem comum, do Centro para a zona norte, em vez de descrever o cenário e o dia a dia das pessoas de Copacabana e Leblon.

- Em vez de falar em tese, por exemplo, de amor, ele ilustrava com a cidade, uma cena em um bar. Era um grande cronista. O Noel viabiliza a crônica em samba. Antes dele, a cidade aparecia apenas em cenas pequenas. Ele era simpático a cidade. Mas ao focar em seu bairro, ele não perde a capacidade de ser universal.

Para o biógrafo, o sambista pegou o espírito da cidade, que seria um humor, que não é uma gargalhada, mas um sorriso. Uma graça com uma ponta de tristeza, uma sátira com uma ponta de filosofia.

O “poeta da Vila” viveu na época da formação do samba genuinamente carioca, interferindo no modelo criado no início dos anos 20. Isso ao lado de Ismael Silva, Cartola, Paulo da Portela, que são considerados os sambistas de raiz.

- A chegada de Noel ajuda a legitimar o samba, porque ele traz uma cultura literária portuguesa e brasileira. A música “Triste cuíca”, por exemplo, é um soneto – tipo de poema- e muitas pessoas nem sabem.

Noel Rosa era um boêmio, que gostava de trocar experiências com outros artistas. Teve aproximadamente 60 parceiros, segundo Didier. O sambista veio de uma família musical. Seu primeiro instrumento foi o bandolim da mãe, em seguida, o violão do pai. Didier conta que, segundo relatos do próprio Noel, ao conseguir a atenção das moças com a música, o sambista aproveitou o talento que tinha.

O “Poeta da Vila” viveu apenas 26 anos, vítima de tuberculose, mas compôs alguns clássicos da música popular brasileira. Destacam-se Com que Roupa?, Fita Amarela, Feitiço da Vila, Onde está a Honestidade? e Filosofia.


Feijoada de Noel
Data e horário: dia 11 de dezembro, a partir das 13h.
Atrações: Jorginho do Império, Andréia Caffé, Ronni do Carmo, Grupo Só Preto, Amigos do Tinga e a Bateria Show da Vila Isabel.
Ingressos: R$ 5; prato de feijoada a R$ 10; e kit (com camiseta, entrada e tíquete de feijoada) a R$ 20.

Tributo a Noel Rosa com Zé Renato e Ensaio Geral
Data e Horário: dia 11, a partir das 19h
Atrações: Tributo a Noel com show de Zé Renato. Logo após, os segmentos (bateria, casal de mestre-sala e porta-bandeira, passistas, baianas e intérpretes) da Unidos de Vila Isabel.
Ingressos: R$ 5

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