"A expressão foi cunhada após a publicação de um livro do francês Honoré de Balzac. Em As Mulheres de 30 Anos, o escritor realiza uma análise do destino das jovens na primeira metade do século XIX, em particular dentro do casamento. E faz uma apologia às mulheres de mais idade, que, amadurecidas, podem viver o amor com maior plenitude. É o que acontece à heroína da narrativa, Júlia. Ela se casa com um oficial do exército, mas depois descobre que a relação está longe de ser o que imaginava. Vê-se, então, presa a um matrimônio infeliz. Quando se torna uma trintona, porém, a moça consegue encontrar o amor nos braços de Carlos Vandenesse. "
A minha geração, depois dos 15 anos, inconscientemente ficava um tanto aflito com a possível possibilidade de ficar balzaquiana, antes do casamento. Sonhávamos com príncipe encantado, casamento com véu e grinalda, e lua de mel, longe das vistas de todos os conhecidos. Quando os noivos retornavam, a curiosidade era grande. A gente queria saber em detalhes como tudo acontecera.
Só entendi o sentido real da lua de mel, depois de encará-la mais de uma vez. Viver em lua de mel é conseguir construir um sentimento amigo, no dia a dia. Minha mãe é quem diz: vida de casada tem encontro, no decorrer, com várias formas de amor. A cada fase de vida, um tipo de amor diferente é experimentado para compensar a exaustão de outro. O amor maior é o amor zelo. E o zelo pode acompanhar a relação desde o começo. Acho que, a gente precisa mesmo é ter vocação para o casamento. E olha que, muitas vezes passamos anos, nos enganando, e achando que casar é o principal ideal de vida.
Eu tenho vocação verdadeira para o celibato. Conclui depois que defini minha solteirice como irrevogável. Mas as trocas, problemas nos relacionamentos continuam a existir. A consorte mais exigente que exige, somos nós mesmas. Difícil ser inteira, sem uma diferença complementar.
O primeiro casamento condensa todas as possibilidades. Quem não quiser casar outras vezes, por tentativa e erro; quem não quiser encarar o preço da solidão, a opção facilitadora é permanecer na primeira união. Admiro os casamentos que não terminam, e que não vivem de aparências. Feliz é quem vive o amor calmamente!
Mas existe certa felicidade, na solteirice. Aliás, só achei a verdadeira serenidade do coração, quando em mim , esta situação foi definida. Não sou contra nem a favor... Só desejo que todo mundo se encontre, e viva feliz com a sua realidade solitária ou não.
Socorro Moreira
* Ficar pra titia : é ser mãe dos sobrinhos.
* Ficar pra titia : é ser mãe dos sobrinhos.
* Ficar no caritó é nunca arranjar um casamento.
* Ficar solteirona é escolher demais , e acabar sozinha.
* Ser sozinha é uma viuvez aleatória ou não.
*Assumir a solteirice é ficar sozinha por opção !
Em qualquer dos casos é possível ser feliz sozinha , contrariando a canção do Tom..." o resto é mar !"
Nenhum comentário:
Postar um comentário