Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

CONHECER & SENTIR: DESCOBRIR & AMAR



É preciso conhecer e sentir em sintonia - simultaneamente!

Pois, de que adianta conhecer sem sentir se o sentimento é que nos faz buscar e nos faz sentir bem; se o sentimento é a chave da felicidade que buscamos dentro de nós; é a mesma coisa que voar sem sentir que está voando. De nada adianta o vôo sem o prazer de se estar voando.

De que adianta sentir sem conhecer se o conhecimento é a porta para a compreensão e a liberação do nosso ego de qualquer ilusão; é a mesma coisa que estar voando sem saber porque e para que se deve voar. De nada adianta sentir o prazer sem as delícias da novidade. Posto que não conseguiremos entender nossos conflitos - para corrigi-los! - e nossa alegrias - para retribuí-las! Poderemos confundir o apego e a paixão no lugar do amor verdadeiro. É como cair no abismo achando que se está voando.

Conhecer sem sentir gera a violência, a soberba e o poder. E portanto o que os orientais chamam de karma negativo (efeitos indesejáveis).
Sentir sem conhecer gera a carência afetiva, o apego e a paixão. E portanto o karma negativo.

Conhecer sem sentir gera o ceticismo.
Sentir sem conhecer gera o dogmatismo.

Um e outro são necessários, o sentir e o conhecer. Tem que haver uma complementariedade sinergética. O conhecimento é o pensamento em processo de reflexão. Por isso, quando buscamos o conhecimento e a vivência, a junção dos dois nos dá a consciência que é a fusão do conhecer e do sentir. "Navegar é preciso..."(e viver também) na rota segura da nossa consciência infinita.

Assim, se não conhecemos as leis Universais e não sabemos o rumo que Deus traçou para todos nós, não podemos aproveitar conscientemente a vida nesse plano; se não conhecemos outros sentimentos em níveis vibratórios diferentes dos padrões já conhecidos como poderemos avançar nos nossos níveis de consciência; se não sentimos outros conhecimentos como vamos perceber os níveis de consciência. Como vamos perceber uma nova vida? De que adianta o novo se não sabemos distinguir o que é velho e necessário. De que adianta o velho se não nos permitimos sentir o que é de fato novo e revelador. De que adianta as escrituras dos sábios se não sabemos interpretar e sentir as riquezas de suas mensagens.

De que adianta conhecer sem sentir ou sentir sem conhecer se é na complementariedade do sentir e conhecer que conseguiremos sair da visão objetiva tridimensional do universo para percebermos e vermos sutilmente um universo de várias dimensões.

O conhecer sem sentir nos impedirá de perceber que o rumo que estamos dando a ciência e a tecnologia está afetando as outras dimensões da nossa realidade humana.

Será que ainda temos dúvidas de que estamos caminhando para a destruição de nossas reservas florestais e portanto de nosso meio ambiente? Que estamos nos intoxicando com agrotóxicos e drogas medicinais; que em nome do progresso estamos acelerados produzindo mais seres neuróticos nas fábricas e nas diversas atividades profissionais; que em nome da ciência estamos a beira de uma catástrofe nuclear; que em nome de Deus estamos promovendo guerras e disputas religiosas; que em nome da medicina estamos tornando nossos corpos físicos um produto para venda no mercado dos transplantes; que em nome da segurança estamos desenvolvendo todo um complexo de arsenais de guerra enquanto milhões de seres necessitam de paz para evoluirem; que em nome da nossa saúde estamos interrompendo prematuramente o ciclo evolutivo de alguns animais, para satisfazer principalmente nosso apetite; que em nome do lazer estamos condicionando nossas crianças para guerra através de programas infantis na televisão e video-games; que em nome da inteligência estamos condicionando nossos estudantes a pensarem apenas racionalmente.

Os psicólogos há muito tempo vêm afirmando que para sermos felizes temos que nos descondicionarmos. Então, de que adianta sentir sem conhecer se sem conhecimento dos nossos sentimentos como saberemos que estamos condicionados? E da mesma forma, de que adianta conhecer sem sentir se não sentindo como poderemos perceber a vibração dos condicionamentos indesejados? De forma que sem conhecer e sentir simultaneamente não conseguiremos nos descondicionarmos. E ninguém externamente pode fazer isso por nós. A entrada em nosso mais profundo ser somente é possível por nós mesmos. Ninguém - ninguém mesmo! - tem esse poder de entrar em nossas regiões metafísicas-espirituais mais íntimas.

A força de vontade é a primeira virtude que devemos desenvolver para que possamos querer realmente mudar os condiconamentos. E sem a força de vontade não conseguiremos conhecer e sentir. Não teremos vontade para ler, pois desistiremos nas primeiras leituras de temas sobre o assunto. Desistiremos de sentir nas primeiras semanas de descondiconamentos. O ego que inconscientemente resiste as mudanças justificará uma série de coisas: falta de tempo e dinheiro, família, trabalho, compromissos diversos, etc.

A força de vontade nos leva ao querer, e este nos leva à busca da essência de Deus dentro de nós. A força do querer quebra com as ilusões do ego quando reconhece com a dor moral as suas deficiências que ele reconhecia e rejeitava nos outros. E sem a força de vontade não adquirimos conhecimentos; não conhecendo não percebemos novos sentimentos; sem perceber os novos sentimentos não sentimos o prazer de continuar conhecendo, e sem o prazer não sentimos vontade de continuar vivendo.

Assim, sem força de vontade quebramos (ou não iniciamos) a cadeia evolutiva: vontade-sentir-conhecer-vontade...Os metafísicos, espiritualistas, religiosos e alguns psicólogos afirmam que somos LUZ. Como vivenciar o estado de Luz se nosso ego condicionado resiste às mudanças? Será que conhecemos todos os nossos sentimos? Poderemos conhecer os sentimentos se não percebemos as suas vibrações? Podemos sentir os nossos condicionamentos se não conhecemos como eles se formam ou de onde se originam? Se não conseguimos responder as duas perguntas acima, se torna impossível descondicionarmos. Por que não percebemos a Luz? Por que ela está em outro nível vibratório. E porque não percebemos os outros níveis vibratórios? Porque estamos condicionados. O condicionamento é a energia do ego. O descondiconamento é a energia do Eu (Self - centelha de Deus).

Carlos Castaneda afirma em um de seus livros:

“Dom Juan explicou que, para percebermos essas outras regiões, precisamos não apenas desejá-las. Precisamos de energia suficiente para agarrá-las. Ele dizia que sua existência é constante e independe de nosso conhecimento, mas sua inacessibilidade é totalmente conseqüência de nosso condicionamento energético. Em outras palavras: apenas por causa de nosso condicionamento somos compelidos a presumir que o mundo de nossa vida cotidiana é o único mundo possível” Carlos Castãneda.

Nesse sentido, somente quando reduzimos as ilusões e modificamos a energia aprisionada do ego é que vamos sentir a Luz. A Luz Divina é o fluxo de energia que percorre nossos corpos mas que o ego não consegue ver porque vibra numa freqüência diferente desta Luz.

Faz-se necessário romper com a "rocha" de orgulho, medo, preconceito, superioridade intelectual, racionalidade e tantos outros valores negativos que estão formando um castelo de ignorância, prepotência, ilusão e poder fantasioso no interior do nosso ego perturbado e ao mesmo tempo tão deslumbrado por não compreender finalmente a menor de todas as partículas do universo: o átomo. De que adianta a luta pela superioridade contra um outro irmão se não conseguimos entender a nós mesmos e tampouco o pequeníssimo átomo que forma o fio de nossos cabelos.

Em suma, para romper o muro desse castelo de ilusão em que estamos aprisionados devemos buscar o conhecimento amplo de forma humilde em todas as áreas possíveis: espirituais, místicas, filosóficas, metafísicas, religiosas, científicas, etc. Porque qualquer discriminação é fruto de ego resistente e preconceituoso. O medo ao novo revelado, a vaidade dos conhecimentos adquiridos e o ritmo acelerado de nossas vidas nos impedem de buscar outras formas de conhecimento e portanto de sentimento.

De modo que, se temos conhecimentos racionais nossos sentimentos vibrarão na mesma freqüência da nossa racionalidade. A energia sentimento acompanha a energia pensamento. Se pensamos em violência sentiremos a violência; se pensamos em amor sentiremos e captaremos a energia cósmica amor. Portanto, viver sem sentir ou viver sem conhecer nos leva ao desequilíbrio da infelicidade e ao sofrimento do egoísmo.

Dessa forma, se faz necessário que soltemos o nosso intelecto da prisão da consciência racional e soltemos também nosso emocional da prisão da consciência sentimental condicionada.

O Amor
Que o homem
Fala tanto
Muitas das vezes
É o apego,
A paixão
E o desejo
Escondido,
Camuflado
Que o ego iludido
E condicionado
Não pode perceber.
E compreender.

3 comentários:

socorro moreira disse...

Soltar tudo é se garantir.Essa segurança promove uma alegria serena , que eu chamo de felicidade.
Soltar é um ato de coragem. Não existe o risco , naquilo que a gente libera... Ou estava sobrando, ou tinha asas pra voltar transformado.

Eita, Melgaço , que texto maravilhoso !
Quando leio você , eu fico sabendo das minhas cotações, possibilidades , e os próximos saltos.

Você é a nossa bolsa de valores espirituais.

Bernardo Melgaco disse...

Obrigado, Socorro...você é muito gentil.

Abraço

Rosângela Cunha disse...

Texto simplesmente
FANTÁSTICO!
Abraço!