Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SEXTA FEIRA DO AMOR - SELEÇÃO DE POEMAS FEITA POR BISAFLOR


Canto XLVI de “Cem sonetos de Amor

Pablo Neruda

Das estrelas que admirei, molhadas

por rios e rocios diferentes,

eu não escolhi senão a que eu amava

e desde então durmo com a noite.

Da onda, uma onda e outra onda,

verde mar, verde frio, ramo verde,

eu não escolhi senão uma só onda:

a onda indivisível de teu corpo.

Todas as gotas, todas as raízes,

todos os fios da luz vieram,

vieram-me ver tarde ou cedo.

Eu quis para mim tua cabeleira.

E de todos os dons de minha pátria

só escolhi teu coração selvagem.

AMOR ETERNO

Shakespeare

Impedimentos não admito para a união

de corações fiéis: amor não é amor

quando se altera ao perceber alteração

ou cede em desertar quando o outro é desertor.

Oh! Não, ele é um farol imóvel tempo em fora

que as tempestades olha e nem sequer trepida;

é a estrela para as naus, cujo valor se ignora,

mau grado seja a sua altura conhecida,

O amor não é joguete em mãos do tempo, embora

face e lábios de rosa a curva foice abata;

não muda em dias, não termina numa hora,

porém, até o final das eras se dilata.

Se isto for erro e o meu engano for provado

Jamais terei escrito e alguém terá amado.

SONETO DE RENDIÇÃO

Sandra Pimentel

Ah, amor, enquanto se é humano

não se pode chegar ao bem divino,

contentar-se urge com o destino

de tecer o sacro em tear profano.

Não nego, amo-te tanto e tanto

que me entrego errante aos sentidos

de nossos corpos já tão confundidos

como de Orfeu a lira e o doce canto.

Se o amor é humano enquanto carne

e o humano é divino enquanto amor,

a carne é sinal de divindade.

Por isso nos beijemos sem pudor,

numa ânsia que embriague, que nos farte,

já que a eternidade é puro amor.

2 comentários:

socorro moreira disse...

Maravilha de seleção, Bisaflor !Vamos aproveitar a divina carne humana, cheia de alma !
Ontem estive com Ismênia. Sua orelha não pegou fogo ?


Abraços.

Stela disse...

Socorro: ah, vocês só falaram coisas boas de mim (kkkkk)por isso a orelha nem esquentou...
Quanto aos poemas, hum... são belos! Na próxima sexta tem mais.