Observe a foto e aventure-se a entrar em seu domínio, em sua essência...
Hoje o desafio é o seguinte: será postada uma foto e você, colaborador e/ou amigo é convidado a escrever nos comentários a sua impressão ou o sentimento que lhe causa esta foto.
Desta feita, o tema é subjetivo. Depois, traremos temas diversificados para que ninguém deixe de participar.
Acreditamos que seja esta uma forma de interagirmos como num bom papo, numa boa prosa.
Não deixe de participar. Sua presença é ouro.
(Uma simples frase, uma trovinha, um mini-texto estas são formas de colaborar)
Vamos lá ! "mão na massa"!
Estamos esperando! Ei, cadê você?
.
11 comentários:
Que linda foto! Imediatamente me veio a memória de um verso: "uma ferida alastrada na pele de nossas almas". Fui ver, era Drummond, no poema A Ilusão do Migrante, que trago aqui:
"Quando vim da minha terra,
se é que vim da minha terra
(não estou morto por lá?),
a correnteza do rio
me sussurrou vagamente
que eu havia de quedar
lá donde me despedia.
Os morros, empalidecidos
no entrecerrar-se da tarde,
pareciam me dizer
que não se pode voltar,
porque tudo é conseqüência
de um certo nascer ali.
Quando vim, se é que vim
de algum para outro lugar,
o mundo girava, alheio
à minha baça pessoa,
e no seu giro entrevi
que não se vai nem se volta
de sítio algum a nenhum.
Que carregamos as coisas,
moldura da nossa vida,
rígida cerca de arame,
na mais anônima célula,
e um chão, um riso, uma voz
ressoam incessantemente
em nossas fundas paredes.
Novas coisas, sucedendo-se,
iludem a nossa fome
de primitivo alimento.
As descobertas são máscaras
do mais obscuro real,
essa ferida alastrada
na pele de nossas almas.
Quando vim da minha terra,
não vim, perdi-me no esaço,
na ilusão de ter saído.
Ai de mim, nunca saí.
Lá estou eu, enterrado
por baixo de falas mansas,
por baixo de negras sombras,
por baixo de lavras de ouro,
por baixo de gerações,
por baixo, eu sei, de mim mesmo,
este vivente enganado,
enganoso".
Ao comtemplar essa imagem dilacerada da nossa irmã árvore me veio imediatamente o pensamento tão antigo e tão atual e quase ninguém sabe sua autoria apenas deduzem que seja do Buda: Siddharta Gautama ou ainda de Tagore pensadores orientais:
"Sê como o sândalo que perfuma o machado que o fere" ?
Abraços
Teresa Abath
Brasília-DF
Lembra-te, Árvore, que o Filho de Deus, para reconciliar-nos com nosso Pai, Dele e nosso carregou uma cruz pesada!
Três vezes caiu debaixo dela e quis morrer pregado na cruz para salvar-nos!
(Dom Helder Câmara)
Quem rasgou o casaco do tronco?Provavelmente não foi o tempo, não foi o vento.Alguem curioso, maldoso.Só sei que logo o tronco se refaz. E como refazer a consciencia de quem rsagou o casaco do tronco?
maria amelia castro
E lá vou adentrar este jardim de flores,
natureza rude de caule da casca repartida,
Como num jardim de corpo basto,
Através dos espaços enormes das Moreiras,
Seja na fresta que Abath ou no cerne que Bloc.
Pois se em parte é ferida exangue, noutra é solidez de cicatriz, uma prova essencial de presença no mundo, que tanto transforma como é transformado.
E completando pois não sou Castro.
E a árvore ferida e magoada chorou...
Mas ninguém escutou o seu lamento.
E seu pranto inundou todo o chão...Quem se importa ?
- "Choveu muito!" Foi o que se ouviu.
As árvores depois de caídas, servem para lenha, um corte a mais, um corte a menos não vai fazer muita diferênça...como na alma, uma ferida a mais, não modifica a dor.
Singra
Sangue
Em dor
No Veio
Da veia
Do amor!
Dá vontade de lamber a dor
De chamar urgente,um doutor
As palavras são curadoras ou avassaladoras. Como a água , como a tempestade...
Como o machado que corta sem dó, nem piedade. Como os homens que se encaram , e se estragam. Essa árvore é a vida sendo ferida , quando ela precisa do amor preservação, mesmo sabendo que um dia tudo finda .( menos a alma?)
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