Nesta sexta-feira 13, eu e Magali participamos de um agradável jantar, a convite do nosso amigo e meu ex-colega do velho Colégio Diocesano do Crato, José Henrique Vieira da Cruz, que nos anos sessenta era conhecido em todo o Crato por “Henrique da Pernambucana.” Para nós, seus colegas do Diocesano, ele era simplesmente o “Nêgo Henrique”, cheio de bossa, criador da “Charanga da Pernambucana” que animava o carnaval de rua cratense. Também foi o fundador da “Sociedade Esportiva Buchada”, uma entidade que, como o nome bem sugere, reunia todos aqueles que gostavam de jogar futebol de salão, mas por jogarem com uma bola bem “quadradinha” eram injustamente relegados pelo selecionado do colégio.
Henrique relembrou para nós muitas histórias daquela época que vale a pena contar. Uma delas era sobre uma “cisma” que Monsenhor Montenegro tinha com ele. Diretor do Colégio e nosso professor de Inglês e OSPB, apesar de austero, o monsenhor tinha muito carinho pelos seus alunos. Para ele, “Henry”, como assim o chamava, “pescava” nas provas de suas duas disciplinas. E tinha toda razão.
Naquela época as carteiras escolares eram para dois alunos, o que possibilitava a visualização de tudo aquilo que o colega ao lado escrevia. Henrique sentava-se na mesma carteira com um colega estudante de inglês no IBEU, cujo programa era bem mais avançado. Os dois combinaram que fariam um acordo de permitir que um pudesse “olhar” o que o outro escrevia. Nas provas de inglês Henrique copiava quase tudo que o colega escrevia, com o cuidado de cometer alguns erros de propósito, de modo a tirar uma nota um pouco inferior que à do colega. Após a prova corrigida, eram devolvidas aos alunos com a respectiva nota. Numa delas, Henrique recebeu sua prova sem nota. Foi perguntar ao monsenhor por que sua prova não estava corrigida. “É a mesma prova do seu colega do lado. Na próxima eu quero ver você colar. Vai se sentar sozinho, bem aqui na minha frente.” Disse-lhe o monsenhor, sob protestos do Henrique de que havia uma questão em branco. O desafio foi lançado. Como não havia mais nenhuma prova de inglês, a seguinte seria de OSPB. Na véspera dessa prova, Henrique preparou uma cola num pedaço de papel um tanto quanto espesso, amarrou-o com uma liga presa na parte inferior da calça, de modo que a folha de papel ficasse rente as meias do sapato. Tudo ele programou, visualizando antecipadamente todas as possibilidades. No dia da prova Henrique disse ao colega: “Ele vai me chamar para frente e eu pego o teu livro de OSPB para levar comigo. Então ele vai me mandar deixar o livro na carteira.” Foi dito e feito conforme o programado. “Deixe o livro na carteira Henry. “Está pensando que hoje você vai colar!”– Disse-lhe o monsenhor. Era o que Henrique queria. Sentou-se numa carteira estrategicamente colocada ao lado da mesa do professor. Durante a prova, a cada descuido do monsenhor, Henrique puxava pela liga e copiava alguma coisa. Mas como antecipadamente dedicara um bom tempo para preparar o seu artefato de pesca, muita coisa havia aprendido e ia respondendo sem necessidade de colar.
No dia da entrega das provas o monsenhor exclamou: “Estão vendo! Quando o Henry quer ele estuda!” A classe inteira soltou uma estrondosa gargalhada.
Henrique relembrou para nós muitas histórias daquela época que vale a pena contar. Uma delas era sobre uma “cisma” que Monsenhor Montenegro tinha com ele. Diretor do Colégio e nosso professor de Inglês e OSPB, apesar de austero, o monsenhor tinha muito carinho pelos seus alunos. Para ele, “Henry”, como assim o chamava, “pescava” nas provas de suas duas disciplinas. E tinha toda razão.
Naquela época as carteiras escolares eram para dois alunos, o que possibilitava a visualização de tudo aquilo que o colega ao lado escrevia. Henrique sentava-se na mesma carteira com um colega estudante de inglês no IBEU, cujo programa era bem mais avançado. Os dois combinaram que fariam um acordo de permitir que um pudesse “olhar” o que o outro escrevia. Nas provas de inglês Henrique copiava quase tudo que o colega escrevia, com o cuidado de cometer alguns erros de propósito, de modo a tirar uma nota um pouco inferior que à do colega. Após a prova corrigida, eram devolvidas aos alunos com a respectiva nota. Numa delas, Henrique recebeu sua prova sem nota. Foi perguntar ao monsenhor por que sua prova não estava corrigida. “É a mesma prova do seu colega do lado. Na próxima eu quero ver você colar. Vai se sentar sozinho, bem aqui na minha frente.” Disse-lhe o monsenhor, sob protestos do Henrique de que havia uma questão em branco. O desafio foi lançado. Como não havia mais nenhuma prova de inglês, a seguinte seria de OSPB. Na véspera dessa prova, Henrique preparou uma cola num pedaço de papel um tanto quanto espesso, amarrou-o com uma liga presa na parte inferior da calça, de modo que a folha de papel ficasse rente as meias do sapato. Tudo ele programou, visualizando antecipadamente todas as possibilidades. No dia da prova Henrique disse ao colega: “Ele vai me chamar para frente e eu pego o teu livro de OSPB para levar comigo. Então ele vai me mandar deixar o livro na carteira.” Foi dito e feito conforme o programado. “Deixe o livro na carteira Henry. “Está pensando que hoje você vai colar!”– Disse-lhe o monsenhor. Era o que Henrique queria. Sentou-se numa carteira estrategicamente colocada ao lado da mesa do professor. Durante a prova, a cada descuido do monsenhor, Henrique puxava pela liga e copiava alguma coisa. Mas como antecipadamente dedicara um bom tempo para preparar o seu artefato de pesca, muita coisa havia aprendido e ia respondendo sem necessidade de colar.
No dia da entrega das provas o monsenhor exclamou: “Estão vendo! Quando o Henry quer ele estuda!” A classe inteira soltou uma estrondosa gargalhada.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
6 comentários:
Carlos Eduardo,
Ri demais relembrando esta história e outras mais que Henrique nos contou naquele almoço em sua casa...
Bom demais imaginar a cara de Monsenhor reagindo às danações de seus pupilos...
Abraço a você e Magali
Uma pena eu não ter podido ir ao jantar.
Claude
Pois é Claude, o Henrique ontem se superou. Rimos tanto que saimos de alma leve. Chegamos em casa quase a meia-noite. Tem mais histórias que aos poucos irei colocando no ar, aliás na tela.
Abraços
Carlos, relembrar o passado com essa história,foi muito bom. E você contou de maneira agradável.
Abraços
Magali
Claude, sempre que estava rindo das histórias de Henrique, lembrava-me de você.
Mas quem sabe, em outra oportunidade você possa ir.
Abraços
Magali
Magali e Carlos
Só me lembrei por completo da história do jumento... (na aula de padre Davi).
Abraço aos dois
Claude
Claude, a história do jumento foi com outra turma, mas poderei contá-la.
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