Uma lágrima de sal
Para as mortes distantes
Para as mortes de entes
Como eu e você, como agora e antes
Chora a parafina na vela, no castiçal
Chora a luz bruxelante, nesse silêncio de umbral
Uma lágrima para os mortos de Unganda,
Uma lágrima para o afegão.
Uma lágrima na tua consciência
É desde já uma revolução.
Uma oração pelos cambojanos,
Uma reza pelos cubanos fuzilados no paredão,
Onde hoje o sol brinca com as cores de sangue
Espichadas, que escorreram pelo chão.
Uma lágrima de sal, pela fome no Butão
Uma oração antes do café da manhã
Antes de qualquer comemoração.
Uma lágrima de sal, para adoçar o teu mar
Para descortinar essas trevas,
Para fazer de conta que você se importa.
Foto: Nuno Ferreira
Um comentário:
antes demais, quero dar os meus parabéns ao autor do poema, representa uma boa história. quero também acrescentar que concordo com a colocação de fotografias a acompanhar os textos, mas acho que ficava bem o envio de um email ou algo do género para pedir a autorização para a colocação da foto. não quero com isto dizer para a tirar, não. agradeço até que a tenha escolhido, é bom sinal. mas falei apenas porque acho que seria o mais correto.
cumprimentos,
Nuno Ferreira
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