Curtinhas
Rio de Janeiro, 1988
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De quem é a culpa?
Do chão escorregadio?
Ou do piso liso do sapato?
Da natureza quebradiça dos ossos?
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Mal chegastes!
E estais saindo....
Afinal, o que é isto?
Uma cheguida.
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Um burguês, inchando de ter,
Teve tudo e tudo lhe teve.
Esqueceu que a morte é apenas ZZZZIIIIPPPT.
E é certa que vem.
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Januária e Joana juntas na janela, jamais.
Brigaram, brigona, brava.
Assuntos assim, sempre serão sucesso,
Pois choram a ubiqüidade ultrapassada.
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Só existe uma alternativa
Para o vazio estabelecido,
Pela inexorável despedida.
Preencher o vazio.
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Não sei se:
O rabo está na cabeça,
Ou vice-versa.
O chão no céu,
Ou o céu no chão.
A água é fogo,
Ou o fogo é água.
O gás é líquido,
Ou o sólido é pensamento
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por José do Vale Feitosa
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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