Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Nuno Roland - por Norma Hauer


“Eu sou o pirata da perna de pau,
Do olho de vidro,
Da cara de mau...”


Ele não conheceu muitos sucessos, mas dois marcaram seu carnaval com motivos humorísticos: um foi o “pirata da perna de pau”, outro foi o miado do “gato na tuba”.

“Todo domingo, havia banda no coreto do jardim,
‘Inda’ de longe, a gente ouvia a tuba do Serafim.
Porém um dia, entrou um gato, na tuba do Serafim...
E o resultado, dessa ‘melódia’
Foi que a tuba tocou assim:
Pom, pom, pom...MIAUAU...
Pom, pom, pom... MIAUAU...”


E quem foi ele?
Seu nome era Reinold Correia de Oliveira; nasceu em 1° de março de 1913, em Joinville – S.C., mas ficou conhecido no meio radiofônico como NUNO ROLAND.

Menino pobre, com 13 anos começou praticando profissões modestas, já na cidade de Porto da União, no mesmo estado.

Em seguida foi para o Rio Grande do Sul, para servir ao Exército e ali, como cantor, fez parte da banda do 1° Batalhão de Caçadores, dando início à carreira que marcou sua vida.
Com 19 anos estreou na Rádio Gaúcha (1932), indo para São Paulo em 1934, para trabalhar nas Rádios Record e Educadora Paulista.

Foi quando teve a oportunidade de gravar seu primeiro disco “Cantigas de Quem te Vê”, uma canção de Sivan Castelo Neto, que não vingou, mas abriu-lhe as portas para o mundo das gravações.

Já no Rio de janeiro, passou a atuar no Copacabana Pálace, onde se manteve de 1939 a 1948.

Nessa época gravara seus dois primeiros sucessos: “Amor por Correspondência” e “Mil Corações”. Em 1938 gravou “Rosário de Lágrimas” e no ano seguinte uma versão de um tango que estava fazendo sucesso internacional: “Por Vos, Yo me rompo todo”.

Em 1941 regravou alguns sucessos antes lançados por outros cantores, como “Maria” e “Os quindins de Iaiá”, de Ari Barroso, “Maria Boa”, de Assis Valente e “É Bom Parar”, de Rubens Soares. E, da autoria de Pedro Caetano, “Guarapari”.

Nessa época já fazia parte do cast da Rádio Nacional e do Trio Melodia, com Albertinho Fortuna e Paulo Tapajós.
E nos carnavais de 1946 e 1947 o povão cantou com ele “Pirata da Perna de Pau” (1946) e “Tem Gato na Tuba” (1947). Músicas que não podem faltar nos blocos populares mesmo de nossos dias.

Ainda em 1947, conheceu outro sucesso: “Fim de Semana em Paquetá”, de Braguinha e Alberto Ribeiro.

Em 1969, apresentou-se em Carnavália, de Sidney Miller no Teatro Casa Grande, espetáculo que durou quase um ano.

Em dezembro de 1975 sofreu um acidente automobilístico, no qual perdeu uma perna e, dias depois (em 20 de dezembro) não resistindo, veio a falecer aos 62 anos. 08:15 (5 horas atrás) Norma
ALMIRANTE = MAIS UM ANO SEM ELE
INCRÍVEL !!! FANTÁSTICO!!! EXTRAORDINÁRIO !!!

Ele foi uma pessoa INCRIVEL, Seus trabalhos foram FANTÁSTICOS e tudo que fez foi EXTRAORDINÁRIO.

Nasceu há 100 anos no dia 19 de fevereiro, recebendo o nome de Henrique Foreis Domingues. Com esse nome, só os mais íntimos o conheceram, mas como ALMIRANTE ficou conhecido,através do rádio,em todo o território nacional.
E por que ALMIRTANTE?
Por ele ter feito o serviço militar na Reserva Naval e seus colegas terem feito uma brincadeira com ele;por causa de sua altura(1,81m) foi apelidado de Almirante.

Foi um dos radialistas e produtores radiofônicos que mais tempo atuou no rádio, tendo suas atividades começado no final da década de 20. Nos anos 30 e 40 manteve-se firme, cada vez com mais audiência e somente uma doença grave o afastou da Rádio Tupi,em janeiro de 1958.
Nessa data teve um derrame seriíssimo, que o manteve afastado de qualquer atividade física e intelectual durante todo o resto da década de 50,precisando reaprender a falar, tal foi sua falta de nexo e de memória.

Entre os anos de 1963 e 1971 manteve duas colunas semanais de nome “Incrível! Fantástico! Extraordinário” e “Cantinho das Canções” e uma semanal intitulada “Pingos do Folclore”no jornal “O Dia”.

Suas atividades artísticas começaram com a criação de um conjunto de nome “Flor do Tempo”,logo transformado em “Bando de Tangarás”, do qual fizeram parte Braguinha (como João de Barro), Alvinho, Henrique Brito e Noel Rosa. O nome foi sugerido porque -explicou Braguinha- tangará é um pássaro que canta em grupo com outros 5 tangarás. Esse grupo foi inspirado no “Turunas da Mauricéia”, que havia vindo do nordeste em 1927, tendo à frente o cantor Augusto Calheiros.
O “Bando de Tangarás” começou apresentando-se em circos e teatros mambembes cantando emboladas e outros ritmos nordestinos.

No final de 1929, as gravadoras estavam interessadas em novos compositores e cantores, daí o grupo entrar no campo das gravações.
Suas primeiras gravações foram "Mulher Exigente” e “Conseqüências do Amor”.

Desfez-se o grupo no final dos anos 20 e Almirante, assim como os demais componentes passaram a atuar sozinhos. Foi quando Almirante gravou um samba que teve muito sucesso, de nome “Na Pavuna”, sendo o primeiro a usar percursão em uma gravação popular.

Convidado por Ademar Casé,Almirante foi um dos primeiros a compor programas elaborados, que tiveram como precursores Renato Murce na Rádio Clube) e Valdo Abreu(na Mayrink Veiga).

Mas os de Almirante eram de um nível superior porque ele ia “fundo” em suas pesquisas e,ao longo de sua carreira, criou mais de uma dezena deles e compôs um arquivo que,doado ao Governo do antigo Estado da Guanabara, transformou-se no Museu da Imagem e do Som, no qual ele foi um dos primeiros diretores.

Depois do “Programa Casé”, Almirante passou a fazer parte do elenco da Rádio Nacional,transferiu-se para a Tupi,regressando à Nacional e terminando suas atividades radiofônicas na Rádio Tupi,em 1958.

Foi nesta Rádio que criou seus mais interessantes programas, como é exemplo o “Tribunal de Melodias”, um dos muitos que teve a participação dos ouvintes.

Ao longo de sua carreira criou os seguintes programas:
“Incrível! Fantástico! Extraordinário!”; “Onde Está o Poeta ?”;”Carnaval Antigo”; “O Pessoal da Velha Guarda”;”Coisas do Arco da Velha”;”Instantâneos Sonoros”;”Anedotário dos Professores;”História das Danças”;”Aquarelas do Brasil”:”Caixa de Perguntas”;”Orquestras de Gaita” e “Dicionário de Gírias”, que pretendia publicar, mas não o fez.

Almirante faleceu no dia 21 de dezembro de 1980.

Hoje, referendamos sua memória, pelo grande vulto que deixou marcas em nossa música e nosso rádio.

Essa é nossa SAUDADE.

Norma Hauer

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