Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 14 de junho de 2010

BISAFLOR CONTA HISTÓRIAS

AMATERASU – A DEUSA DA LUZ

Na mitologia japonesa o sol é representado pela deusa Amaterasu, que comandava as Altas Planícies do Paraíso. Este comando lhe foi transmitido pelo deus Izanagi, que na divisão do mundo deixou com Tsuki-yomi, a deusa lua, o comando do reino da noite e com Susanowo – deus da tempestade – o comando dos mares.
Amaterasu e Tsuki-yomi estavam contentes com o que receberam, mas o deus da tempestade revoltou-se e bradou que não queria comandar os mares, que não lhe interessava cuidar dos oceanos. E passou a ir e vir do paraíso para a terra, sempre provocando confusão por onde passava, destruindo as plantações e derrubando as construções.
Um dia Amaterasu estava com suas donzelas, trabalhando e tecendo o mundo com ordem e padrão, no saguão sagrado da tecelagem. De repente é surpreendida por uma forte pancada no teto do saguão. É mais um dos desatinos de Susanowo. O deus da tempestade havia lançado sobre o saguão sagrado a pele de um pônei malhado, assustando e chocando a deusa Amaterasu, que fugiu e trancou-se numa caverna, recusando-se a sair de lá.
Com a ausência de Amaterasu o mundo inteiro mergulhou na mais profunda escuridão. Sem a luz da deusa do sol, nada nascia nem crescia, apenas morria.
Os outros deuses, temendo a instalação de um completo caos no mundo, reuniram-se na entrada da caverna e decidiram armar uma estratégia para tirar Amaterasu do seu esconderijo. Colocaram um grande espelho mágico nos galhos da árvore sakaki, localizada bem na entrada da caverna, e fizeram com que todos os galos cantassem incessantemente para parecer que o dia raiava. Depois, acenderam grandes fogueiras para iluminar o local, providenciaram música e passaram a se divertir com a dança apresentada pela deusa Uzume. Esta dançava de tal forma sedutora e divertida, que os milhares de deuses riram com grande alarido. E riram tanto que o paraíso tremeu, o que atiçou a curiosidade de Amaterasu.
Intrigada com tanta algazarra, a deusa afastou uma pequena pedra da porta da caverna e perguntou:
- Que festa é esta? O que está acontecendo?
- Estamos comemorando a chegada de uma nova deusa da luz, disse-lhe Uzume.
- Ela brilha mais do que você, acrescentou outro deus.
Amaterasu não cabia em si de curiosidade e, como que procurando a tal deusa, que diziam ser mais radiante que ela, olhava para fora da caverna. Os deuses colocaram o espelho mágico na sua direção e ela viu a beleza radiante do seu próprio reflexo. Estava fascinada com tanto esplendor e tão embevecida, que nem percebia que os deuses a puxavam cada vez mais para fora da caverna.
E foi assim, pelo riso dos deuses e pela beleza e maravilha do seu próprio reflexo, que Amaterasu voltou ao mundo, trazendo sua luz radiante e vitalizante e nunca mais deixou de brilhar.

3 comentários:

Claude Bloc disse...

Estava com saudade desse colinho...
Adoro ler hipnotizada os textos da Bisaflor.

Estava sentindo falta desse carinho e de sua presença.

Abraços,

Claude

Anônimo disse...

Adorei Stela! Parabéns!Conte mais.

Abraços

Magali

Stela disse...

Bisaflor de vez em quando puxa minha orelha e diz: cadê minhas histórias? deixe de preguiça, criatura!