Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 14 de junho de 2010

As Duas Brisas

Aprendi (creio)
a ficar calado
quando meu sangue
não circula
os meus olhos
não brilham.

Aprendi (penso)
a suportar o castigo
da ausência da verdade
em forma de palavras.

Embate monstruoso entre
o vazio cotidiano
e a plena elasticidade
do pensamento.

Aprendi (certamente)
a oferecer o resto
da minha alma
em troca do choque
que antecede a ideia.

O vapor da ideia é interessante.
Platão sabia bem reconfortar-se.

De joelhos agradecia
ao sagrado tempo
pela dor de dente.

O urro de Platão
não era diferente
do meu gracejo
ao supor uma cárie

o sabor da amálgama
sumindo pela saliva
até a traqueia.

Platão era mestre em trincar os dentes.
Enlouquecer.

Enquanto a minha loucura é simplória.
De recém-nascido.

4 comentários:

José Carlos Brandão disse...

No silêncio da brisa
a imagem da poesia.

Duas brisas me tocam.

Prazer te ler, Domingos.

Domingos Barroso disse...

José Carlos Brandão,
saibas que o prazer
que sinto ao viajar
na tua poesia
é grandioso.

Forte abraço.

Claude Bloc disse...

Ei, Domingos,

Pura emoção teu poema

Tocou-me. Senti-o por inteiro, por ser verdadeiro e tão tangível.

Domingos Barroso disse...

Claude,
maravilha
esse encontro
real e mágico.

Carinhoso abraço.