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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Linda Batista - por Norma Hauer

Nesta data da 14 de junho quero relembrar a figura de uma cantora que muito marcou sua passagem por nossa música. Seu nome era Florinda Grandino de Oliveira, mas ficou conhecida como LINDA BATISTA, nascida a 14 de junho de 1919, em São Paulo.

Irmã de Dircinha Batista e filha de um ventríloquo famoso (Batista Júnior), que fazia 22 vozes diferentes, sem mexer os lábios, era normal que ainda criança começasse a a estudar violão, instrumento com o qual passou a acompanhar sua irmã, que embora mais jovem, iniciou sua carreira antes.

Como cantora, foi levada por Francisco Alves a seu programa na Rádio Cajuti, exatamente para substituir Dircinha, que havia faltado. Foi o ponta-pé inicial para ficar conhecida como uma das maiores cantoras de nosso cancioneiro.

Ainda em 1935 tomou parte do filme "Alô, Alô Carnaval",um dos primeiros a utilizar artistas radiofônicos para as telas dos cinemas. Nesse filme, apareceram Linda e Dircinha, esta vestida de pirata interpretando "Pirata", de Braguinha.

Simultaneamente com sua vasta carreira de cantora, atuou ainda nos filmes :"Carnaval em Marte";"Carnaval em Caxias";"É Fogo na Roupa":"Está com Tudo";"Agüenta Firme, Isidoro";"Tudo Azul";"Banana da Terra";"Depois eu Conto"...

Entre 1938 e 1946 atuou no Cassino da Urca. Quando os cassinos foram fechados em 1946, passou a atuar, em 1947, na boate Vogue, onde se apresentou durante 5 anos.

Sua primeira gravação se realizou em 1940, com o samba "Macaco Quer Banana". Nesse mesmo ano, conseguiu seu primeiro sucesso gravando, de Herivelto Martins, o samba "Bom Dia", com as "Três Marias".

Nessa época conheceu Getúlio Vargas e passou a ser assídua freqüentadora do Palácio do Catete e, dizem as más línguas, que não era apenas para cantar. Posteriormente, foi amiga de dois outros presidentes :Juscelino e João Goulart.

No período da Segunda Guerra, gravou "Tudo é Brasil", "A Pátria Está te Chamando", da autoria de Grande Otelo e "A Cobra Está Fumando", em referência ao símbolo da FEB.
Em 1944 gravou seu primeiro grande sucesso para o carnaval:"O Clube dos Barrigudos"

"Você já viu um barrigudo dançar?
Quá,quá,quá...
Quando ele dança,
Sacode a pança...
Quá, quá,quá"..."

Em 1945 novo sucesso "Coitado do Edgard"; nesse mesmo ano, gravou "O Boteco do José". Em 1947 novo sucesso com "Pobre Vive de Teimoso".

Terminada a guerra fez uma excursão ao Norte e Nordeste, acompanhada de Dircinha, Dorival Caymmi e o Trio de Ouro apresentando o "Show da Vitória".

Voltando ao Rio e à Rádio Nacional passou a gravar Lupicínio com o samba "Migalhas".

Em 1950 gravou "Nêga Maluca", de Fernando Lobo e Evaldo Ruy. Este foi seu maior sucesso no carnaval, não apenas de 1950, como em muitos outros. A fantasia de "Nêga Maluca" tornou-se um símbolo em vários carnavais.

Ainda em 1950, naquela euforia da Copa do Mundo e do "já ganhou", Ari Barroso compôs o samba "O Brasil há de Ganhar", Linda gravou e... o Brasil não ganhou.

Em 1951 passou a ter um programa próprio na Rádio Nacional, de nome "Coisinha de Linda", onde lançou "Ó de Penacho", em alusão aos funcionários empistolados que ingressavam no serviço público já na letra Ó.

Nesse mesmo ano fez tourné apresentando-se em Portugal, em Roma e também na
boate Vogue de Paris.

Retornando ao Brasil, gravou aquele que pode ser considerado seu maior sucesso fora do carnaval:o samba de Lupicínio Rodrigues "Vingança". Aquele que dizia :

"a vergonha é a herança maior que mau pai me deixou".

Em 1952, após o falecimento trágico de Francisco Alves, gravou "Chico Viola", de Nássara e Wilson Batista e nesse mesmo ano , de Ari Barroso, outra música marcante "Risque".

Em 1955 deixou a Rádio Nacional e passou a atuar na Mayrink Veiga.

Em 1960 apresentava-se na boate "Night and Day" e no ano seguinte gravou "Quero Morrer no Carnaval". Não aconteceu, mas foi seu "canto de cisne".

Nessa época afastou-se, juntamente com Dircinha, do meio musical , sendo posteriormente amparada pelo cantor José Ricardo até seu falecimento.
Em 1944 gravou seu primeiro grande sucesso para o carnaval:"O Clube dos Barrigudos"

"Você já viu um barrigudo dançar?
Quá,quá,quá...
Quando ele dança,
Sacode a pança...
Quá, quá,quá"..."

Em 1945 novo sucesso "Coitado do Edgard"; nesse mesmo ano, gravou "O Boteco do José". Em 1947 novo sucesso com "Pobre Vive de Teimoso".

Terminada a guerra fez uma excursão ao Norte e Nordeste, acompanhada de Dircinha, Dorival Caymmi e o Trio de Ouro apresentando o "Show da Vitória".

Voltando ao Rio e à Rádio Nacional passou a gravar Lupicínio com o samba "Migalhas".

Em 1950 gravou "Nêga Maluca", de Fernando Lobo e Evaldo Ruy. Este foi seu maior sucesso no carnaval, não apenas de 1950, como em muitos outros. A fantasia de "Nêga Maluca" tornou-se um símbolo em vários carnavais.

Ainda em 1950, naquela euforia da Copa do Mundo e do "já ganhou", Ari Barroso compôs o samba "O Brasil há de Ganhar", Linda gravou e... o Brasil não ganhou.

Em 1951 passou a ter um programa próprio na Rádio Nacional, de nome "Coisinha de Linda", onde lançou "Ó de Penacho", em alusão aos funcionários empistolados que ingressavam no serviço público já na letra Ó.

Nesse mesmo ano fez tourné apresentando-se em Portugal, em Roma e também na
boate Vogue de Paris.

Retornando ao Brasil, gravou aquele que pode ser considerado seu maior sucesso fora do carnaval:o samba de Lupicínio Rodrigues "Vingança". Aquele que dizia :

"a vergonha é a herança maior que mau pai me deixou".

Em 1952, após o falecimento trágico de Francisco Alves, gravou "Chico Viola", de Nássara e Wilson Batista e nesse mesmo ano , de Ari Barroso, outra música marcante "Risque".

Em 1955 deixou a Rádio Nacional e passou a atuar na Mayrink Veiga.

Em 1960 apresentava-se na boate "Night and Day" e no ano seguinte gravou "Quero Morrer no Carnaval". Não aconteceu, mas foi seu "canto de cisne".

Nessa época afastou-se, juntamente com Dircinha, do meio musical , sendo posteriormente amparada pelo cantor José Ricardo até seu falecimento.

Durante sua carreira, entre 1937 e 1961,Linda Batista gravou músicas de quase todos os compositores de sua época, como Lupicínio Rodrigues ; Ari Barroso;Wilson Batista;Herivelto Martins;Roberto Roberti;Aldo Cabral; Grande Otelo; Haroldo Lobo;Custódio Mesquita...e também de sua autoria. Isso a fez ser homenageada pela SBACEM.

Dentre as chamadas "Rainhas do Rádio", Linda Batista foi a que "reinou" por mais tempo. Seu "reinado" durou 11 anos, de 1937 a 1948, quando a Revista do Rádio passou a fazer concursos, anualmente, para escolha das "rainhas do Rádio".

Linda Batista faleceu em 17 de abril de 1988.

Dez anos depois (em 1998) realizou-se um espetáculo teatral, da autoria de Sandra Werneck, de nome "SOMOS IRMÃS", mostrando a carreira de Dircinha e Linda, do apogeu a seu fim melancólico.

O espetáculo excursionou por vários estados, sempre com sucesso. E relembrou a vida de duas cantoras que enriqueceram o cancioneiro de nossa terra.


Norma

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