Aprendi (creio)
a ficar calado
quando meu sangue
não circula
os meus olhos
não brilham.
Aprendi (penso)
a suportar o castigo
da ausência da verdade
em forma de palavras.
Embate monstruoso entre
o vazio cotidiano
e a plena elasticidade
do pensamento.
Aprendi (certamente)
a oferecer o resto
da minha alma
em troca do choque
que antecede a ideia.
O vapor da ideia é interessante.
Platão sabia bem reconfortar-se.
De joelhos agradecia
ao sagrado tempo
pela dor de dente.
O urro de Platão
não era diferente
do meu gracejo
ao supor uma cárie
o sabor da amálgama
sumindo pela saliva
até a traqueia.
Platão era mestre em trincar os dentes.
Enlouquecer.
Enquanto a minha loucura é simplória.
De recém-nascido.
4 comentários:
No silêncio da brisa
a imagem da poesia.
Duas brisas me tocam.
Prazer te ler, Domingos.
José Carlos Brandão,
saibas que o prazer
que sinto ao viajar
na tua poesia
é grandioso.
Forte abraço.
Ei, Domingos,
Pura emoção teu poema
Tocou-me. Senti-o por inteiro, por ser verdadeiro e tão tangível.
Claude,
maravilha
esse encontro
real e mágico.
Carinhoso abraço.
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