Promessa é divida. Prometi as minhas prezadas amigas Claude e Socorro Moreira e estou cumprido a promessa. No meio de tantos escritores renomados, textos literários memoráveis, lá venho eu com minha historinha de Raja-Alegre, bem ao meu estilo, populacho mesmo e escrita com o palavreado próprio de nossa gente simples e humilde. Leia: Sexta-feira da Paixão do ano 1951, chegou a casa de Joaquim da Varzinha, em Várzea-Alegre, um moço chamado Jesus. Disse que estava muito cansado, com muita fome e pediu arrancho. A família o acolheu. Quando foi servida a grande ceia o visitante comeu de tudo que foi servido. Depois da ceia armaram uma rede para o moço na sala e se recolheram no resto das dependências. Por volta das duas horas da madrugada, Jesus sentiu uma dor de barriga tão condenada que não teve disposição para abrir a porta e fazer o serviço no mato. No aperreio ainda deu para pegar a cuia de tirar leite que estava no armador e fez dela pinico. A vergonha foi tamanha que escapuliu de madrugada sem se despedir. Quando a noticia se espalhou dos sitios Varzinha para o Chico, o poeta Zé Pequeno que era cunhado de Joaquim improvisou essa décima:
Meu bom Senhor do Bonfim
Que foi cravado na cruz
Não é como esse Jesus
Lá da casa do Joaquim
Esse Jesus é ruim
O que sabe é fazer tuia
Foi num sábado de aleluia
Que fez essa presepada
Arribou de madrugada
Depois que cagou na cuia.
Que foi cravado na cruz
Não é como esse Jesus
Lá da casa do Joaquim
Esse Jesus é ruim
O que sabe é fazer tuia
Foi num sábado de aleluia
Que fez essa presepada
Arribou de madrugada
Depois que cagou na cuia.
A. Morais
Um comentário:
Bem vindo, Morais !
Bem vinda V. Alegre - terra dos meus amores !
Ontem falávamos sobre você. Queríamos porque queríamos os seus "causos". Agora a saudade ficou mela metade ...
Abraços, querido !
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