Eu, homem feito, condenado pela eternidade
A carregar esta carcaça “bigornocorpórea”
Sobre meu coração-libélula de criança
Ainda, pelas madrugadas insones
Gemo num uivo surreal
Debatendo-me sobre as correntes
Que me agrilhoam as pernas finas, falidas de músculos
Que atam os braços finos e cabeludos
Como os átomos que gravitam a valsar
Na camada mais externa do meu ser
Eu, homem feito, na força explosiva do meu peito
Em transmutações violentíssimas
Re(volto) grido a mais tenra infância
Onde, quando rei, libertava pelos ares meus súditos
A declamar poemas...homens, mulheres e crianças.
Foto: Lino Matos
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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Um comentário:
Que viagem !
Todo mundo tem alma e poesia dentro de si...Mas Sávio expressa da forma mais linda !
Muito bom tê-lo aqui, meu poeta amigo !
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