Nasceu no dia 11 de Agosto de 1904, na rua da Gamboa, 13, bairro da saúde, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de Augusto Teixeira, português, pintor de paredes e violonista nas horas de folga e de Carolina do Amaral Teixeira, carioca, lindos olhos azuis e costureira. Família modesta e trabalhadora no ganho para o sustento da casa. O pai morreu muito jovem aos 36 anos, deixando-o na companhia da mãe. Tinha apenas 3 anos no ocorrido, mas já ajudava nas responsabilidades domésticas. Criança esperta e sempre a busca de afazeres, aos 8 anos, desenhava todos os objetos do seu pequeno mundo caseiro. Quando não havia mais o que desenhar, por sugestão da mãe, virava todos os objetos de cabeça para baixo e começava tudo outra vez. Histórias que ouvi dele mesmo no seu luxuoso apartamento em Copacabana, na companhia dos seus filhos, Cláudio e Donatello, junto ao amigo Bruno Pedrosa.
Estudou no Liceu de Artes e Ofícios e foi barrado por duas vezes na Escola Nacional de Belas Artes pela pouca idade. Aos 13 anos expôs pela primeira vez no Salão Oficial sem ser revelada a sua idade e foi premiado. Sem desistir do sonho, estudou desenho com Batista da Costa e modelo vivo com Rodolfho Chamberlland. Já estudante da Escola Nacional, ganhou aos 20 anos o mais cobiçado prêmio da carreira de um pintor, viagem ao Estranjeiro. Era o mundo lhe abrindo as portas das oportunidades. Viajou em companhia da mãe, e estudou em Paris, Madri, Londres, Portugal e Itália.
Dizia que havia estudado com os mestres mortos, pois os vivos lhe interesavam menos. Não frequentava academias ou atelier, só museus e catedrais que lhe serviam de fonte de inspirações e estudos, o que muitos pintores não suspeitavam. A vida lhe sorriu, mas tudo foi as custas de muito trabalho. Obteve desde jovem todas as medalhas e prêmios conferidos a um pintor. São tantos que não vou expor o currículo na íntegra.
Disse: _ Em geral dizem que sou um tradicionalista, o que é verdade.
Mas me combatem uns com os outros. Os modernos principalmente, pois dizem que sou antiquado. Os acadêmicos me reprovam certas liberdades e sem dar ouvidos as opiniões, estou contente de ser o que sou. Para mim o principal é o desenho para erguer a arquitetura de um quadro. O mal da arte atual está na falta do desenho ou na impotência de realiza-lo. Sou um tradicionalista porque acredito na tradição do desenho. Eu poderia ser diferente do que sou, mas não sou. Poderia ser cubista, moderno, mas acho que isso não vale nada. É certo de que não se pode fazer pintura sem cor, mas também é certo de que não se pode fazer pintura sem desenho. O que não se pode fazer é cair no abismo das improvisações, que a nada conduzem. Eu defino a pintura como um desenho emocional numa referencia ao modernismo. E nós por aqui, respeitando a sua perfeição, nos calamos diante das opiniões expressadas. Foi um irreverente. E chegava a dizer que , o que Picasso fez com as mãos no modernismo, ele fazia com os pés.
Osvaldo Teixeira recebeu todas as honrarias possíveis na sua categoria e foi um dos mais premiados pintores brasileiros.
Membro da Academia Brasileira de Belas Artes. Academia de Artes do Rio de Janeiro, Academia de Artes de Lisboa; Autor do retrato em tamanho natural de Getúlio Vargas, Ministério da Fazenda, Rio; Retrato do Cardeal Dom Jaime de Barros, Catedral, Rio; Restaurador de obras de Arte; Fundou o Museu Nacional de Belas Artes e o dirigiu durante 25 anos; Crítico de Arte e Historiador; Escritor, entre as suas publicações se destacam, Um Século na Pintura Brasileira e Getúlio Vargas e a Arte no Brasil; Presidente do Salão Nacional por 9 anos; Idealizador do Museu Salvador Dali, Espanha; E para os privilegiados, professor de desenho e pintura. Foi contemporâneo da artista Sinhá Dámora ao longo dos anos na Escola Nacional de Belas Artes e posteriormente na Sociedade Brasileira de Belas Artes. Esta artista cearense nos presenteou com um belíssimo desenho com ela retratada pelo ilustre pintor , quando bem jovem. Pai de Cláudio Valério Teixeira, pintor e restaurador e Sandro Donatello Teixeira, pintor, ambos em plena atividade artística na atualidade.
No Museu de Arte Vicente Leite, temos obras dos três nomes citados perfazendo as heranças da arte através da história de uma familia de artistas. Curiosidades para serem conhecidas pelo povo da nossa terra, Crato.
Pintou o Clássico dono de uma perfeição impressionante. Retratista notável captando para a tela a personalidade do retratado através dos seus pincéis por meio do desenho inconfundível de Mestre, nos fazendo respeitar as suas afirmações radicais pelo direito de ter sido soberano.
Parou a produção de desenhos e pinturas em 28 de maio de 1974, no Rio de Janeiro, deixando o histórico de um grande nome na pintura brasileira.
Edilma Rocha
Um comentário:
E se Edilma não existisse ?
Quem seria o mestre, nas informações?
Eu quero é te agradecer, minha amiga , por todo esse dom !
Abraços de admiração e afeto.
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