Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aventuras das duas Verônicas - José Nilton Mariano Saraiva

A revista CartaCapital, que está nas bancas nesta semana, traz reportagem de Leandro Fortes que vai colocar em apuros o tucano José Serra. Segundo a reportagem, BASEADA EM DOCUMENTOS OFICIAIS, por 15 dias no ano de 2001, no governo FHC/SERRA a empresa
“Decidir.com” abriu o sigilo bancário de 60 MILHÕES de brasileiros. A “Decidir.com” é o resultado da sociedade, em Miami, da filha de Serra, VERÔNICA SERRA, com a irmã de Daniel Dantas, VERÔNICA DANTAS. Veja abaixo, um pequeno trecho da reportagem de CartaCapital.
“Extinta empresa de Verônica Serra expôs os dados bancários de 60 MILHÕES de brasileiros obtidos em acordo questionável com o governo FHC
30 de janeiro de 2001, o peemedebista Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, enviou um ofício ao Banco Central, comandado à época pelo economista Armínio Fraga. Queria explicações sobre um caso escabroso. Naquele mesmo mês, por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 MILHÕES de correntistas brasileiros haviam ficado expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente, uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País. O site responsável pelo crime, filial brasileira de uma empresa argentina, se chamava “Decidir.com” e, curiosamente, tinha registro em Miami, nos Estados Unidos, em nome de seis sócios. Dois deles eram empresárias brasileiras: VERÔNICA ALLENDE SERRA (filha de José Serra) e VERÔNICA DANTAS RODEMBURG (irmã de Daniel Dantas).
Ironia do destino, a advogada Verônica Serra, 41 anos, é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal cometida por funcionários da Receita Federal. A violação dos dados de Verônica tem sido extensamente explorada na campanha eleitoral.
Serra acusou diretamente Dilma Rousseff de responsabilidade pelo crime, embora tenha abrandado o discurso nos últimos dias.
A forma como a empresa das duas Verônicas conseguiu acesso aos dados de milhões de correntistas brasileiros, feita a partir de um convênio com o Banco do Brasil, sob a presidência do tucano Paolo Zaghen, é fruto de uma negociação nebulosa.
A inércia do Ministério da Justiça, no caso, pode ser explicada pelas circunstâncias políticas do período. A Polícia Federal era comandada por um tucano de carteirinha, o delegado Agílio Monteiro Filho, que chegou a se candidatar, sem sucesso, à Câmara dos Deputados em 2002, pelo PSDB. A vida de Serra e de outros integrantes do partido,
entre os quais o presidente Fernando Henrique, estava razoavelmente bagunçada por conta de outra investigação, relativa ao caso do chamado Dossiê Cayman, uma papelada falsa, forjada por uma quadrilha de brasileiros em Miami, que insinuava a existência de uma conta tucana clandestina no Caribe para guardar dinheiro supostamente desviado
das privatizações. Portanto, uma nova investigação a envolver Serra, ainda mais com a família de Dantas a reboque, seria politicamente um desastre para quem pretendia, no ano seguinte, se candidatar à Presidência. A morte súbita do caso, sem que nenhuma
autoridade federal tivesse se animado a investigar a monumental quebra de sigilo bancário não chega a ser, por isso, um mistério insondável.
VERONICA SERRA ainda era sócia do pai na ACP – Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda, fundada em 1993. A empresa funcionava em um escritório no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, cujo proprietário era o cunhado do candidato tucano, Gregório Marin Preciado, ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo de São Paulo, em 1993. Preciado obteve uma redução de dívida no Banco do Brasil de 448 milhões de reais para irrisórios 4,1 milhões de reais no governo FHC, quando Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de campanha de Serra, era diretor da área internacional do BB e articulava as privatizações".

3 comentários:

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Caro Mariano
Eu não entendo por que tanta celeuma pela quebra do sigilo bancáro de alguns amealhados pela fortuna.
Se quebrarem o meu sigilo, não vou me preocupar com isso. Nada vão encontrar de irregular nas minhas contas bancárias (somente duas) e nem na declaração do meu imposto de renda. Acho que somente estrila quem tem falcatruas a esconder. Tã certo?

monica aquino disse...

Carlos Eduardo Esmeraldo:

O sigilo bancário é um direito erigido constitucionalmente, no ordenamento jurídico brasileiro, visa proteger a individualidade dos cidadãos no que diz respeito a sua intimidade, vez que protege os dados financeiros da pessoa, bem como as relações destes com a sociedade, obrigação esta que fica a cargo das instituições financeiras, apenas podendo ser quebrada a partir de determinação judiciária.

Ademais, a Constituição da República Federativa do Brasil tutela a intimidade em seu artigo 5º, X, a seguir:

"Art.5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;"

Donde se conclui que o sigilo bancário é uma garantia fundamental que está inserida no artigo quinto da Constituição Federal.

Bom lembrar que o Estado Brasileiro é signatário dos pactos abaixo os quais vem violando no atual governo, no tocante ao sigilo bancário de membros de partidos da oposição, descumprindo compromissos que foram honrados até oito anos atrás:
- Declaração Universal dos Direitos Humanos(5): Artigo 12: "Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques";

- Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos(6): Parte III, artigo 17: "Ninguém poderá ser objeto de ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais a sua honra e reputação";

- Pacto de San José da Costa Rica(7): Parte I, Deveres dos Estados e Direitos Protegidos, Capítulo II - Direitos Civis e Políticos, artigo 11: "Proteção da honra e da dignidade: ... Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação".

jose nilton mariano saraiva disse...

Carlos,
A empresa "decidir.com" foi financiada com cinco milhões de dólares pelo Banco Opportunity, do Daniel Dantas (aquele mesmo mafioso que Gilmar Mendes, FHC e a tucanada toda morre de medo que ele abra o bico).
Daí a razão pela qual a corrupta mídia brasileira nada comenta a respeito da associação da Verônica (filha do Serra) com a outra Verônica (irmã do Daniel), na quebra do sigilo de 60 MILHÕES de brasileiros.
Quanto à senhora Mônica, esqueceu de informar que a quebra de sigilo (feita por algum funcionário desonesto da Receita), descoberta ano passado, contemplava centenas de pessoas e não só “membros de partidos da oposição”.
É bom, pois, não querer "ensinar padre nosso a vigário".