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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os Celtas e a Árvore

A Importância da Árvore

Os Celtas viam na árvore, não só a essência da vida, e sim um recurso para prever o futuro.Curiosamente, este meio tão primitivo era considerado pelos druidas o mais eficaz na hora de estabelecer um prognóstico sobre o destino que espera qualquer ser humano.Ao observar todo conjunto da árvore, desde suas raízes que se fundiam com a terra até a copa mais ou menos frondosa, o que aconselhavam era manter a vista elevada, permanecer bem apoiado ao solo e ter em conta que a natureza é tão inteligente que no tempo de caída das folhas se segue o da neve, as quais proporcionam a aparição dos melhores brotos. Chega então a época da fertilidade e do renascimento da vida.
Desde o principio dos tempos, a árvore manteve uma relação com o ser humano celta, proporcionou o primeiro lar, lenha, sombra e alojamento para as aves que podiam transformá-las em caça para alimentar a tribo.No entanto, os druidas consideravam que a relação podia ser mais íntima, tinham em mente que cada homem ou mulher levava em seu interior uma árvore, pela qual alimentava o desejo de crescer da melhor maneira.Na realidade a árvore supria seu protetor de todo o material e espírito dos seres humanos celtas.
A árvore articulava toda a idéia dos cosmos ao viver em uma contínua regeneração.Ademais nela os druidas contemplavam o símbolo da verticalidade, da vida em completa evolução, em uma ascensão permante até o céu.Por outra parte, a árvore permitia estabelecer uma comunicação entre os três níveis dos cosmos: o subterrâneo, por suas raízes que não deixavam de sugar nas profundidades para saciar a contínua necessidade de encontrar água; as alturas, através da copa e dos ramos superiores, sempre reunidos na totalidade dos elementos, a água que flui em seu interior, a terra que se integra em seu corpo pelas raízes, o ar que alimenta as folhas e o fogo que surge de sua fricção.Os celtas conseguiam o fogo friccionando habilmente uns ramos, entre as quais haviam introduzido erva seca ou palha.

A Árvore Era a Ponta do Mundo

Devido ao fato das raízes das árvores se submergirem no solo enquanto seus ramos se elevavam ao céu, fez com que os druidas a considerassem o símbolo de relação terra-céu.Possuía neste sentido uma caráter central, até o ponto que se supunha a essência do mundo.São muitas as civilizações antigas que estabeleciam sua árvore central, essa que era tida como ponta do mundo: o roble do celtas; o tilo dos alemães; o fresno dos escandinavos; a oliva dos árabes; o banano dos hindus; o abedul dos siberianos etc.Tanto na China como na índia a árvore é considerada a ponta do mundo pela companhia dos pássaros, o mesmo sucedia com os celtas, já que estes descansam em seus galhos.Eram considerados estados superiores do ser, que se encontravam vinculados ao mesmo, com o tronco da árvore.Os pássaros eram em doze, o que recordava o simbolismo zodiacal e dos Aditya, que constituem a dúzia de sóis.

A Árvore Cósmica

A árvore cósmica para os druidas era o centro: sua seiva supria a chuva celestial e seus frutos proporcionavam a imortalidade(o retorno do ser a um estado paradisíaco).Assim ocorria com os frutos da árvore da Vida que se encontravam no Éden, as maçãs de ouro do Jardim de Hespérides e o pêssego da Si-wang, a seiva de Haoma Iraní.O Hiomarigi japonês também é valorizada como uma árvore cósmica, igual que a Boddhi, a qual Buda alcançou a plena iluminação, pela que desde então representa ao mesmo Buda na iconografia primitiva.O simbolismo chinês conhece a árvore da fusão: une o Ying com o Yang (Cruzamento das flores masculinas e as femininas da árvore).Assim mesmo, as categorias das árvores: as folhas caducas e as folhas perenes estão afetadas por signos opstos: um simboliza o céu das mortes e renascimento; e o outro representa a imortalidade da vida, quer dizer, das manifestações diferentes de uma mesma identidade.Na Bolívia e no Haiti, a árvore não é só deste mundo, ela sobe para mais longe. Vai dos infernos aos céus, como um caminho de viva comunicação.Para os celtas a árvore cósmica tinha o nome de Bilé, no idioma irlândes, e a germânica se chamava Iggdrasil no idioma antigo nórdico (Old Norse).


A Árvore dos Antepassados

De acordo com as idéias de muitos antropólogos, podemos crer que a árvore foi considerada um antepassado mítico de uma tribo, ao perceber na relação estreita com o culto lunar.Assim afirmavam os druidas.Mas existem numerosos exemplos em outras culturas: Os Mãos e os Tagálop das Filipinas; o Yu-nan do Japão, Os Ainu da Ásia central; na Austrália que unem suas origens de suas raças com o bambu e acácia.A árvore também intervém nas interpretações antropomórficas (transformação do homem em árvore e vice versa).Isso pode se ver nas crenças dos povos altaicos e turco-mongois da Sibéria, o mesmo que nos celtas.O matrimônio místico entre árvores e humanos é comum na Índia, no Penjab e no Himalaia. Também na América do norte, e em algumas áreas da África.

A Árvore Social

A árvore também simboliza o crescimento de uma família, de uma cidade, de um povo, de uma nação, e do poder do rei. Um bom exemplo disso é Nabucodonosor e a interpretação de seu sonho pelo Profeta Daniel.Na tradição bíblica judaica-cristã, se detecta no relato da tentação do livro do Gênesis, as grandes árvores que figuravam as vezes nos Salmos. Essa árvore simboliza a cadeia de gerações, cuja história se resume na Bíblia e que culmina com a chegada da Virgem e de Jesus Cristo. Esta mesma árvores inspirou muitas obras de arte e foi objeto de cometários místicos.

A Árvore Celta

Nas tradições celtas a árvore oferece três temas: Ciência, Força e Vida. O tema base é UID, homônimo do nome da ciência, com a qual os antigos se confundiram voluntariamente. Um dos principais jogos de palavras da antiguidade é o de Plínio com os nomes gregos Drus e Druidas.

Árvore é o símbolo da ciência e sobre sua madeira foi precisamente gravados os textos celtas de antigamente. A árvore é também a Força em alguns vocábulos ou nomes próprios que nos indicam uma etimologia indo-européia .Da mesma maneira, e para finalizar, ela também é o símbolo da Vida, por atuar como intermédio entre o céu e a terra e resulta inclusive na portadora de frutos que dão ou prolongam a existência,As árvores celtas oferecem tantas vantagens, que em muitos países se cultivam, atualmente, porque brindam proteção e grandes influências mágicas.

O Mito das Árvores

Este mito tem como seu melhor reflexo no ‘’O Combate das árvores’’, que é um poema atribuído ao bardo Taliesin, que narra como Gwyddyon salvou a vida de um grupo de valentes bretões ao transformá-los em árvores sem impedir que dessa forma pudessem brigar com seus inimigos.

A Morte das Florestas

"Muito sábios", mas também "Homens do Bosque", “Homens da Árvore", "Homens do Carvalho", sem dúvida foram os Druidas. Todos os testemunhos concordam neste aspecto: poetas, geógrafos, historiadores associaram os Druidas às florestas.

Por este motivo a conquista da Gália se duplicou numa guerra contra as árvores; e César "foi o primeiro a ousar pegar num machado, brandi-lo e rachar com ferro um Carvalho perdido nas nuvens", refere Lucano.

A desarborização intensiva da Gália pelos romanos contribuiu eficazmente para o desaparecimento dos Druidas e Celtas.

Quando S. Patrício, em meados do século V, veio especialmente a Glastonbury com o intuito de cristianizar definitivamente o lugar Celta sagrado, começou por mandar abater com machado e alvião todas as árvores que cobriam a célebre colina do Tor.

Lutar contra as árvores era ainda nesta época uma forma de combater o Druidismo .


Fonte
http://www.templodoconhecimento.com/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=151

Um comentário:

socorro moreira disse...

Só uma pessoa especial como você pra nos trazer tantas informações palpitantes.
Não conhecia a música celta. Indizível !
Gostei muito do horóscopo das árvores. Sou Pinheiro como o meu pai com quem tinha muitas afinidades.


Um abraço, querida.