Paulo Leminski

É tudo o que sinto

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Inverno
É tudo o que sinto
Viver
É sucinto

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Pergunte ao sapo

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noite alta lua baixa
Pergunte ao sapo
O que ele coaxa

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um dia vai ser

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pelos caminhos que ando
um dia vai ser
Só não sei quando

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Alvorada alfa em

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Todo o peso
com que me meco
vejo e invejo
E VER Largo neste
me vendo Largo
até não poder mais
descompreendendo

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lembrem de mim
como um de
que ouvia a chuva
Como quem assiste missa
como quem hesita, mestiça,
entre a pressa e uma preguiça

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Paulo Leminski

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