- Paulo Leminski -
Zen Palavras
pariso
novayorquizo
moscoviteio
sem sair do bar
só não levanto e vou
embora
porque tem países
que eu nem chego a
madagascar
(Paulo Leminski)
Mestiço de pai polonês e mãe negra, Paulo Leminski era faixa preta de judô. Biógrafo de Bashô, o poeta budista que codificou e estabalaceu os cânones do tradicional haicai japonês, Leminski tornou-se também mestre nos antológicos haicais.
Tudo ali me irrita
Quando ouço
Rita Lee
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Amei em cheio
meio amei-o
meio não amei-o
“Hai-kai é o nosso tempo, baby. Um tempo compacto, um tempo clip, um tempo bip, um tempo chips. Hai-kai é bonsai da linguagem”, dizia ele.
Ao contrário do que se pensa, o curitibano não integrava a geração de poetas marginais, como Ana Cristina Cesar, Cacaso, Chico Alvim ou Chacal. Se auto-definia “kami-quase”. Há na palavra quase tudo sobre Leminski: grandeza, maestria, banalidade, improbabilidade, humanidade, poesia.
Por Marcílio Godoi, arquiteto e jornalista, autor do “Pequeno Dicionário de Palavras Inventadas (Saqui, 2007) www.memoeditorial.com.br
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