Eu sou a espuma que o mar joga na praia,
desejando o sêmen de Urano
para nascer-me Afrodite.
Eu sou a areia que o mar joga
além da praia, num murmúrio que diz:
vai conhecer outros caminhos que não só os da água!
Eu sou o sol que queima minha pele,
sou o vento que entrelaça meus cabelos
assobiando canções pra me entreter.
Depois... empurrando nuvens,
vou embora.
Eu me enfeito de mar e sol.
O canto do mar me faz lúcida e inteira,
quieta
desaguada
desterrada
desfeita.
Entregue,
em silêncio e gratidão,
contemplo a terra azul.
(StelaSiebraBrito)
2 comentários:
Stela , intimidade total com a natureza.
Deusa, estrela !
Abraços, amiga.
Este poema da Stela tem algo bem da poesia. Os elementos da composição são bastantes comuns na paisagem da vida, mas ela o transforma em algo lúdico, como muita dose de Afrodite, num limiar cuidadoso, mas muito bem revelado com a dinâmica dos elementos no próprio corpo da poeta.
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