Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ACERVO DO MUSEU DE ARTE VICENTE LEITE

Pedro Américo de Figueiredo Melo, filho de Daniel de Figueiredo Melo e Felicina Cisne de Figueiredo, Nasceu em Areia na Paraiba aos 29 de Abril de 1843 no seio de artistas, o pai era músico violonista e já era pintor o irmão mais velho, Francisco Aurélio de Figueiredo Melo. Familia ligada as artes, encontrou desde cedo o estimulo para dedicar-se ao desenho e a pintura. Vendo as tendências artísticas do filho, seu pai Daniel, presenteou-lhe com uma coleção de livros de pintores célebres que passou a rabiscar e colorir seus desenhos quando criança. Mas não ficou por aí. Aos 8 anos já havia produzido em telas, cópias fiéis dos quadros dos seus livros em uma perfeição espantosa, considerado menino prodígio. Da pequena cidade da Paraíba a fama do filho do Sr Daniel chegou ao naturalista Louis Jaques Brutet que imediatamente quis conhecer o menino. Fez um teste de desenho com Pedro Américo e encantou-se. Pediu permissão ao seu pai Sr. Daniel para leva-lo para numa expedição como desenhista que durou 20 meses cruzando parte do Nordeste, que lhe serviu de aprendizado e experiência na arte do desenho.
Em 1854, com 11 anos de idade foi encaminhado para a cidade do Rio de Janeiro para estudar no colégio Pedro II, onde destacou-s em inteligência rara. Muito cedo ingressou na Academia Imperial de Belas Artes e não poderia ser diferente, seu curriculum foi brilhante conquistando 15 medalhas e premios no decorrer do curso. Pelo seu destaque, mesmo antes de terminar os estudos foi transferido para a Europa para aperfeiçoar-se como protegido do Imperador Dom Pedro II. Permaneceu por um período que decorreu do ano de 1859 até 1864. Cursou École dês Beaux Arts, Paris, Instituto de Física, Sorbonne. Foi discípulo de Ingres, neoclassista francês, como também Coignet, Hippolyte, Flandrin e Heroce Vernet. Retornou ao Brasil como professor catedrático em desenho e pintura na Academia Imperial de Belas Artes. Obras deste período : Sócrates Afastando Alcebíades dos Braços do Vício- Petrus ao Vincula – A Carioca – São Marcos – A visão de São Paulo – A cabeça de São Jerônimo.
Retorna para Europa defensor da tese em Bruxelas obtendo doutorado em Ciências Naturais. Instala-se em Portugal onde casa-se com Carlota de Araújo Porto-Alegre, filha do cônsul brasieleiro em Lisbôa, Manuel de Araújo Porto-Alegre. Deste matrimônio nasceram 3 filhos. De volta ao Brasil dedicou-se ao magistério. Produziu neste período : Batalha de Campo Grande – Ataque a Ilha de Carvalho – Passo da Pátria – Retratos do Imperador Dom Pedro I, e Dom Pedro II e Duque de Caxias – Batalha Naval, sua obra prima . A Batalha de Avaí foi exposta em Florença nas comemorações ao centenário de Michelangelo onde fez um discurso em dois idiomas diante da estatua de Davi, divulgado em muitos artigos no mundo inteiro tecendo elogios ao pintor brasileiro. Foi o pintor da realeza no Brasil. Imortalizou-se nos retratos e batalhas pintados com ricos detalhes e inúmeros personagens, fazendo o registro dos mais importantes marcos da nossa história, como Proclamação da República, Tiradentes Esquartejado, Honra Pátria e Concórdia, Libertação dos Escravos, Batalha de Campo Grande, Independência ou Morte. Firmou compromissos na Europa e passou a maior parte de sua vida em Florença. Empobrecido com a crise financeira e praticamente cego, falece no dia 7 de outubro de 1905. Seu corpo foi transladado para o Rio de Janeiro e exposto no Arsenal de Guerra e sepultado provisoriamente no São João Batista.
Anos depois transferido para sua terra natal com a inauguração de um monumento. Hoje a sua casa de nascimento é o Museu Pedro Américo na Paraíba, visitado por milhares de turistas e amantes das artes. O nosso Museu de Arte Vicente Leite foi agraciado com 2 desenhos importantíssimos pelo seu idealizador e criador, Bruno Pedrosa, num despreendimento em prol da cultura do Crato, passando a ter no seu acervo tão ilustre pintor brasileiro.

Edilma Rocha

2 comentários:

Claude Bloc disse...

Edilma,

Seus textos sempre nos ilustram e lustram a cultura de nossa terra.

Parabéns!

Abraços,

Claude

socorro moreira disse...

Eita menina danada, que sabe das coisas, que sabe o que faz, e que eu admiro!


Beijo !